O calcário é uma rocha de origem sedimentar constituída predominantemente de carbonato de cálcio e, dependendo da razão da estrutura ou presença de outro composto, pode receber denominações diferentes. É um dos minerais de maior gama de aplicações na indústria de formas diversas. Em relação a agricultura, o calcário diminui a toxicidade do solo, estimula o crescimento radicular, fornece cálcio e magnésio nas plantações, e principalmente, potencializa a redução da acidez e as propriedades físicas do solo. 

De acordo com o Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (IGC-USP), os calcários são muito estudados por estarem relacionados a reservatórios gigantes de gás e petróleo nos depósitos do pré-sal. 

Segundo a Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais do Brasil, o Mato Grosso do Sul, que possui a maior reserva de calcário no país, produziu nos últimos sete anos mais de 32 milhões de toneladas de correlativos de solo e brita calcária. 

Em comparação com 2016, Mato Grosso do Sul produziu  2,9 milhões de toneladas, e no ano de 2022, atingiu 7,1 milhões de toneladas/ano – de acordo com o estudo, o aumento representa um crescimento na produção de 144%. A Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), com efeito, saltou para R$ 9 milhões em arrecadação durante o ano passado.

Calcário e sua versatilidade na economia brasileira

Especialista em beneficiamento de calcário, o empresário Moacyr Rabello Leite Neto trabalha com extração de minério há mais de 35 anos, e foi pioneiro na implantação de indústria de calcário agrícola e agregados em duas regiões, no extremo oeste sul do Estado da Bahia, em Santa Maria da Vitória, e na região oeste do Distrito Federal.

Para ele, a importância deste produto é enorme, pois além de corrigir a acidez de milhares de hectares para o agronegócio, o calcário tem mais de 450 utilização como matéria prima,  e está presente em diversos setores da economia do país. “É possível notar seu uso na construção civil com a fabricação de cal e cimento, na agricultura como corretivos de solos ácidos, na indústria de alimentos para produção de milho e soja, na indústria farmacêutica para produção de pílulas de suplemento de cálcio e comprimidos antiácidos, assim como na indústria química, siderúrgica, de vidro, refratários, tintas, entre outros produtos e área” exemplifica. 

Espera-se que o calcário registre um CAGR (taxa de crescimento anual composto) de 3,50% durante o período de 2021-2026. O que, para Moacyr, pode ser de extrema importância pois o país pode enfrentar um problema de abastecimento de fertilizantes para a agricultura. “É importante o crescimento da sua produção, pois o calcário aumenta a eficiência da adubação. Isso pode ajudar a otimizar o uso do fertilizante resolvendo o problema do seu abastecimento no Brasil”, esclarece Moacyr Rabello Leite Neto.

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