Já há algum tempo o mundo passa por uma evolução e transformação digital, substituindo processos manuais e tradicionais por alternativas digitais. A indústria 4.0, ou “Quarta Revolução Industrial”, consiste em um conceito que aborda diversas tecnologias tendo como foco principal a melhoria de processos e produtividade a partir de autonomização e utilização de dados. 

Ferramentas como Internet das coisas, armazenamento em nuvem e Inteligência Artificial fazem parte desse cenário no qual a indústria mundial vive. Porém, no Brasil há uma certa dificuldade para a aplicação destas ferramentas, umas vez que não são todos os setores da economia que possuem recursos para aplicação de tecnologias em seu serviço. 

Segundo dados de uma pesquisa realizada em 2018 pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o Brasil não se encaixa dentre os países com mais destaque nas áreas da Indústria 4.0, sendo elas Big Data, IoT e Inteligência Artificial. Além disso, somente 5% das empresas afirmaram sentir-se preparadas para enfrentar os obstáculos dessa revolução.

Entretanto, números do estudo “Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2022” realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Softwares (Abes) e pela consultoria IDC, demonstram que o uso de dados no país pode gerar quase R$ 15 bilhões este ano, sendo grande parte do recurso aplicada em soluções de Big Data, assim como o crescimento esperado para com a Inteligência Artificial e o Machine Learning pode ser de 28%.

Ainda que apenas 1,6% das 700 mil indústrias do país tenham aderido à 4º Revolução Industrial, segundo análise da CNI (Confederação Nacional da Indústria), a expectativa da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) é que o alto investimento em inovações tecnológicas por parte de setores como agronegócio, alimentos, bebidas, farmacêutico e automobilístico reduza mais de R$ 70 bilhões de custos industriais por ano. 

Para Lucas Heber, especialista em Growth Marketer da Mestres do Site , o Brasil não foi um dos países mais avançados na chamada “Terceira Revolução Industrial” e tende continuar para trás na produção industrial e sua tecnologia por mais um tempo. Entretanto, para ele, há chance de se tornar uma grande potência nos reflexos que a indústria 4.0 trouxe em setores como educação e gestão.

Indústria 4.0 aplicada aos pequenos negócios

Hoje, os pequenos negócios, segundo dados do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), representam mais de um quarto do PIB ((Produto Interno Bruto) do país e a Indústria 4.0, por trazer questões como redução de custos, automatização de processos, entre outros benefícios, podem alavancar ainda mais essas organizações.  

Para Lucas Heber, o aumento da introdução de tecnologia e dispositivos inteligentes com o objetivo de automatizar processos operacionais e até mesmo estratégicos está causando impactos nas pequenas empresas, desde o CEO até o colaborador mais junior.

“Um bom exemplo desse impacto que a 4º Revolução trouxe para as pequenas organizações foi o Cloud Computing (Computação em nuvem), compartilhamento de dados entre sites e empresas que ajudam a facilitar processos de qualificação de contatos, atendimento e análise de resultados”. Dessa forma, para o especialista, o microempreendedor pode reduzir os gastos com profissionais como SDRs e gestor de tráfegos, focando seus investimentos em aportes tecnológicos. 

Para ele, as principais ferramentas que os pequenos negócios podem utilizar da Indústria 4.0 são:

 

  • Coleta e tratamento de dados de forma instantânea (Big Data e Data Analytics)

 

“Essas ferramentas podem auxiliar as organizações a gerir melhor os riscos, além de possibilitar uma análise mais crítica e detalhada do mercado, visando a elaboração estratégias mais assertivas, o que é fundamental para uma empresa que está iniciando”, explica. 

 

  • Computação em nuvem 

 

“Um empresário que está iniciando deve reduzir ao máximo o seus custos, uma vez que levará um tempo até que realmente tenha lucro com o negócio”, expõe Lucas. “Por isso, priorizar a computação em nuvem é uma das principais questões que ele deve ter em mente visando cortar os gastos em equipamentos de suporte”.

 

  • Cibersegurança 

 

“Claro que, relacionado ao item anterior, a preocupação com os documentos que ficam expostos a qualquer dano na internet existe. Por isso, o investimento deve ser direcionado a hardwares e softwares especializados para proteção de informações que são armazenadas em sistemas”, reforça o especialista. 

Por fim, Heber ressalta que há outros conceitos que uma empresa deve estar atenta com esse novo cenário atual da indústria, tais como acesso à educação, inteligência artificial como chatbot, entre outros. 

“Ainda que no país essa revolução caminhe a passos lentos, é possível buscar cada vez mais informações sobre ela para se adequar e se preparar para o mercado, principalmente no início do negócio. Contar com iniciativas públicas pode ser uma opção”. Heber reforça a criação do governo em 2017 do GTI 4.0 (Grupo de Trabalho para a Indústria 4.0), composta pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.

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