Belo Horizonte, MG 25/2/2021 – A geração distribuída altera a lógica do setor elétrico porque diminui a dependência do consumidor final pelas concessionárias locais.

Plataforma desenvolvida pela startup Metha Energia simplifica processos do sistema elétrico brasileiro para o consumidor final

Assim que a conta de luz do mês chegou na casa de Renan Bastos, 26 anos, a surpresa foi boa. O chef de cozinha pagou R$ 40 a menos do que desembolsava normalmente, e sem precisar fazer investimento nenhum em estrutura. Para conseguir o alívio na cobrança, Renan foi um dos early adopters, como são chamados os primeiros usuários, da Metha Energia, startup de Belo Horizonte que oferece descontos de até 15% nas contas de luz.

“Quando veio o desconto de R$ 40, fiquei surpreso”, conta Renan, que espera acumular economias de R$ 500 ao ano. Além do alívio no bolso, a facilidade de adesão ao serviço surpreendeu o chef. Ele não precisou comprar placas solares ou mudar nada na sua instalação elétrica. “Foi bem simples, não precisei fazer quase nada, só fazer a adesão pelo site e, depois, assinar um contrato. No mês seguinte já estava recebendo o boleto via Metha, com o desconto”, afirma. 

Renan não é o único que reclama sobre uma conta de luz cara, que pesa no orçamento mensal. De acordo com o coordenador do Programa de Energia do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), em 2020, mais de 80% das reclamações de consumidores aos concessionários foram a respeito do valor da fatura. “O consumidor está chegando num limite de capacidade de pagamento, por conta de tantos subsídios”, afirmou Cláudio Leite, durante evento virtual promovido pelo Instituto E+ Transição Energética. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2021, os consumidores deverão pagar R$ 19,8 bilhões somente em subsídios nas contas de luz.

Sustentabilidade – Outro fator que influenciou na decisão de Renan foi a preocupação com a natureza. Ativista do meio ambiente, ele agora comemora a compra de uma energia limpa. “Eu sei de onde vem a produção energética que ilumina minha casa, e isso faz toda a diferença”, conta. Toda a eletricidade que Renan usa atualmente vem da transformação de dejetos de animais em energia elétrica.

O empresário e produtor rural João Paulo Gabriel, 38 anos, é um dos responsáveis por abastecer a rede da Metha Energia, que vende esse excedente energético para consumidores como Renan. Em suas duas fazendas no interior de Minas são gerados 576 mil kilowatts por mês – o suficiente para abastecer uma cidade de 4.000 habitantes. Ele conta com usinas biodigestoras para transformar o dejeto de suas granjas em metano e, a partir daí, em energia elétrica. O potencial energético, que excede o uso da fazenda e era descartado, passou a retornar para o sistema – e a gerar lucro para João Paulo há seis meses, quando a Metha passou a alugar seus geradores.

“Tenho uma série de benefícios. Além do financeiro, que é importante, também tem a questão sustentável, já que eu paro de jogar gás na atmosfera. É muito bom saber que estou fazendo a coisa certa para o planeta”, conta o produtor rural. A mudança na imagem das granjas de suíno também faz João Paulo se encher de orgulho do novo projeto. “Antes, quem criava porco era visto como um poluidor. Agora, já sou visto com outros olhos, como um produtor de energia limpa”, comemora.

Geração distribuída – É para conectar os mundos de João Paulo e Renan que a Metha Energia trabalha. Fundada em 2017, a startup atua no setor de geração distribuída, alugando equipamentos como painéis solares, usinas biodigestoras e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Essa produção, feita a partir de fontes renováveis, é injetada na rede e cria créditos junto à concessionária, que a Metha utiliza para fornecer energia por um preço mais competitivo para o consumidor final.

A Metha Energia opera no sistema de Geração Distribuída regulamentado pela Resolução Normativa Aneel nº 482/2012 e também pela Resolução Normativa nº 687/2015. Dessa forma está sempre em conformidade com a normatização da Aneel e cumpre mensalmente as exigências das distribuidoras de energia, no caso de Minas Gerais, a Cemig e a Energisa-MG.

“A geração distribuída altera a lógica do setor elétrico porque traz a etapa da geração de energia para mais perto do consumidor final, gerando ganhos para todo o sistema e diminuindo a dependência dos clientes das concessionárias locais”, explica Victor Soares, sócio-fundador e CEO da Metha Energia, presente hoje em Minas Gerais e com expansão prevista para outros estados do Sudeste e Centro-Oeste.

Criada em 2017 e premiada no ano seguinte pelo Seed (programa de aceleração de startups do governo de Minas Gerais), a Metha Energia é uma ScaleUp, que faz parte da rede Endeavor, e recebe investimentos institucionais, a exemplo do fundo de Venture Capital SuperJobs e de um grupo de líderes de startups do país, como RD, iFood, MaxMilhas, BeerOrCoffee, SegFY, Trybe e D3.

Website: https://www.methaenergia.com.br/

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