15/7/2020 –
Especialista em Fotomedicina explica porque a luz UV é eficaz na esterilização de superfícies e objetos
Para impedir a disseminação do SARS-CoV-2, o novo coronavírus, várias medidas de higiene, contenção, distanciamento social e uso obrigatório de máscaras foram tomadas. Os procedimentos de higiene foram intensificados e o emprego de desinfetantes líquidos a base de álcool se tornou um dos métodos contra os 6 tipos de coronavírus mais antigos. Diante disso, preocupações sobre como se proteger e desinfectar roupas, objetos e ambientes de forma correta e eficaz ganharam importância e o uso da radiação ultravioleta apareceu como uma boa opção. O calor ou desinfecção térmica tem se mostrado bastante eficiente, já que em temperaturas entre 60° e 80° graus o vírus não sobrevive. A limpeza por radiação, especialmente a radiação ultravioleta (UV), é uma abordagem bem conhecida e já muito utilizada na medicina para inativação de todos os micro-organismos e vírus, pois a luz oferece algumas vantagens sobre os desinfetantes líquidos e pode ser executada automaticamente para desinfetar superfícies, líquidos, ar e salas, além de ser muito benéfico em termos energéticos. Outra vantagem é não alterar o sabor dos alimentos.
O raio ultravioleta (UV) é dividido em 4 partes: As faixas ultravioletas mais conhecidas são UVC, UVB e UVA, a quarta, ainda não muito conhecida é a UVV, esta geralmente não é aplicada para fins de desinfecção, pois é fortemente absorvida pelo ar. Entre as três últimas mais conhecidas, a UVC é a que possui as melhores propriedades antimicrobianas e antivirais. “Os raios UVA e UVB, presentes e abundantes na luz solar, também foram estudados pelo seu efeito de desinfecção e inativação do coronavírus e ambos os métodos de irradiação demonstraram uma redução do vírus, embora aparentemente muito menos eficaz do que a alcançada com a irradiação de UVC”, explica a Dr.ª Valéria Campos, dermatologista especializada em fotomedicina.
Embora se saiba que essa radiação elimina vírus, bactérias e outros micro-organismos por penetrar nas células desses patógenos e seu alterar o código genético. Também há evidências de que os raios ultravioletas podem danificar os aminoácidos e proteínas que protegem o vírus e permitem que ele se ligue e infecte uma célula hospedeira. “Esse tipo de radiação UVC tem um efeito inativador em todos os micro-organismos e vírus, mas, para uma ação bem sucedida, é preciso ficar atento nos níveis de radiação para cada patógeno e depende de cada equipamento. Outro ponto que tem que ser levado em consideração é a segurança dos olhos e da pele, já que a recomendação é nunca expor diretamente os olhos e a pele por longos períodos à radiação”, destaca a especialista.
De acordo com a médica existem inúmeras lâmpadas que emitem raios UVC disponíveis para uso doméstico, algumas são de baixo custo e podem ser usadas em casa para desinfecção de roupas, alimentos e até o a limpeza do telefone celular. “Os estudos disponíveis revelam que os coronavírus são muito sensíveis aos raios UVC, mas na hora da escolha da lâmpada é importante checar com o fornecedor a sua potência. Lâmpadas menores exigem mais tempo de exposição, menor distância entre a luz e o objeto a ser esterilizado, já as lâmpadas grandes são capazes de esterilizar um ambiente inteiro. Por exemplo, já temos no Brasil um equipamento esterilizador UVC de uso geral, o SAVED-20”. Segundo o fabricante, SAVED-20 é a primeira máquina nacional que utiliza a tecnologia UVC para o combate e limpeza de doenças transmissíveis capaz de esterilizar uma área de 49 metros quadrados a cada 10 minutos de funcionamento. Caso o ambiente seja maior, recomenda-se movimentar o equipamento ou aumentar o tempo de exposição.
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