Belo Horizonte, MG 24/9/2020 –

À medida em que a maioria dos países retoma suas atividades presenciais com regras de distanciamentos mais flexíveis, as interações sociais se tornam menos complicadas. Mas, com a economia instável, desemprego em alta e a maioria dos indivíduos tentando recuperar suas finanças, aumenta a necessidade de habilidades como falar em público e /ou comunicar de forma confiante e segura.

A doença COVID-19 causada pelo Coronavírus, denominada SARS-CoV-2; além da crise global em vários setores, incluindo economia, política, saúde, educação e pesquisa, sérios problemas psicológicos na população em geral também foram detectados.

Pesquisas recentes apontaram que o impacto da pandemia na saúde mental é evidente, desde transtornos de humor, estresse, ansiedade, depressão e fobias. Logo, esses sintomas podem ser mais presentes nos indivíduos que ficaram em isolamento por mais tempo (ORNELL et al., 2020).

De acordo com o psiquiatra Dr. Frank Chow (2020), indivíduos mais introvertidos terão dificuldades de adaptação pós-confinamento. Ele alega que essas pessoas poderão sentir mais ansiedade para voltar a comunicar presencialmente, conversar amenidades com os colegas e frequentar qualquer tipo de evento social no ambiente profissional.

À medida em que a maioria dos países retoma suas atividades presenciais com regras de distanciamentos mais flexíveis, as interações sociais se tornam menos complicadas. Mas, com a economia instável, desemprego em alta e a maioria dos indivíduos tentando recuperar suas finanças, aumenta a necessidade de habilidades como falar em público e /ou comunicar de forma confiante e segura para negociar, vender, liderar e até influenciar o mundo em que estão inseridos.

Com o avanço da tecnologia, a globalização e o surgimento de novas tendências sociais e econômicas na vida moderna, falar em público diante desta situação é uma habilidade essencial para quem deseja ter sucesso em um ambiente altamente competitivo (RIZVI, 2005).

Contudo, estudos indicam que o medo de falar em público é o mais prevalente entre a população, em casos mais debilitantes esse medo pode ser definido como um tipo de transtorno de ansiedade social (JACKSON et al., 2017).

Para Maldonado e Reich (2013), o medo de falar em público é uma série de crenças disfuncionais, preconceitos cognitivos e pensamentos irracionais que podem afetar a atenção da pessoa, distorcendo assim as informações sobre ela e seu entorno.

Iza Nascimento é mentora, instrutora e pós-graduanda em Neurociências pela Universidade Federal do Estado de Minas Gerais. Desde 2015, ela iniciou um trabalho de intensa pesquisa para auxiliar pessoas que sofrem do medo de falar em público, ansiedade em se expor publicamente, tímidas, introvertidas e que não falam nada em público.

Ela relata que a principal motivação para estudar o medo de falar em público foi a experiência desastrosa e estressante que ela teve no início de sua carreira acadêmica e profissional.

“O sofrimento para falar em público começava cinco minutos antes da apresentação, meus batimentos cardíacos acelerados, a minha voz era fraca e abafada, as mãos trêmulas e um calor insuportável. ”

Iza destacou que os estudos realizados são achados importantes e, portanto, os desafios que as pessoas com atividades sociais limitadas e / ou dificuldades para falar em público podem encontrar após a quarentena devem ser trazidos à atenção.

“Algumas pessoas que me procuraram para contratar a minha mentoria durante a quarentena relataram que estavam mais apreensivas com o pós-confinamento. Elas disseram que só em pensar no retorno das antigas obrigações sociais, como falar na reunião da firma, apresentar projetos ou fechamento de metas para o chefe, entrevistas de emprego e, principalmente, defender o trabalho de conclusão da faculdade, o sentimento era de angústia e apreensão.”

Deste modo, os estudos científicos apresentados nesta matéria são fundamentais para criar ações preventivas que minimizem os efeitos da pandemia no cotidiano das pessoas mais tímidas e introvertidas para falar em público.

 

Referências

CHOW, Frank. Introverts vs extroverts: navigating mental health post COVID-19. Kochie’s Business Builders, 2020. Disponível em: https://www.kochiesbusinessbuilders.com.au/introverts-vs-extroverts-navigating-mental-health-post-covid-19/. Acesso em: 12 set. 2020.

JACKSON, Ben; COMPTON, Josh; THORNTON, Ashleigh L.; DIMMOCK, James A. Re-Thinking Anxiety: Using Inoculation Messages to Reduce and Reinterpret Public Speaking Fears. Plos One, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1371/journal.pone.0169972. Acesso em: 12 set. 2020.

MALDONADO, Iván; MICAELA, Reich. Estrategias de afrontamiento y miedo a hablar en público en estudiantes universitarios a nivel de grado. Ciencias Psicológicas, Montevideo, v. 7, n. 2, nov. 2013. Disponível em: http://www.scielo.edu.uy/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1688-42212013000200006&lang=pt. Acesso em: 20 set. 2020. 

ORNELL, Felipe; SCHUCH, Jaqueline B.; SORDI, Anne O.; KESSLER, Felix Henrique Paim. Pandemic fear” and COVID-19: mental health burden and strategies. Braz J Psychiatry, v. 42, n. 3, maio/jun. 2020. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/1516-4446-2020-0008. Acesso em: 12 set. 2020.

RIZVI, M Ashraf. Using Students’ Analysis in Teaching Public Speaking for Business. Profile,  Bogotá,  n. 6, p. 107-118,  jan./dez. 2005. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1657-07902005000100010&lang=pt. Acesso em: 20 set. 2020.

 

 

 

 

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