São Paulo, SP 16/11/2021 – Os clientes também não aguentam mais participar somente de eventos online ou híbridos.

Em setembro, o setor registrou 96% de aumento no faturamento, se comparado ao mesmo período de 2020.

Com o freio provocado pelo novo Coronavírus, um dos primeiros setores a sofrer as consequências foi o de viagens. Em 2020, entre março e novembro, o mercado de eventos e viagens corporativas amargou um prejuízo de R$ 49 bilhões, segundo dados da Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev). A boa notícia é que o mercado já vê uma luz no fim do túnel. A recuperação foi observada no último relatório trimestral da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp). Em setembro, o setor registrou 96% de aumento no faturamento, se comparado ao mesmo período de 2020. Foram injetados R$ 453,4 milhões na economia.

Em média, o brasileiro que viaja por essa modalidade está acostumado a fazer de duas a três viagens nacionais de negócios por ano, com duração média de dois a três dias e gastos entre R$ 1.000 e R$ 3.000 por viagem. A pesquisa Insights para o Turismo – Viagens Corporativas, da TRVL Lab Elo, lançada, em 2020, por uma das principais empresas brasileiras de tecnologia de pagamentos, mostra ainda que 61,59% dos entrevistados pensam que viajar a trabalho é essencial para a realização de negócios. Outro dado relevante é o de que 70% daqueles que viajam a serviço gostam de conhecer lugares novos a partir dessa oportunidade. Neste período, também houve aumento do turismo de negócios atrelado ao turismo de lazer, ou bleisure. Cerca de 42,8% dos turistas corporativos disseram querer conhecer um novo lugar durante uma viagem a trabalho.

Ainda que as condições sanitárias estejam dando sinais cada vez mais satisfatórios, em função da vacinação em massa da população, é cada vez mais notória a necessidade de adaptação às novas formas de turismo corporativo, uma vez que a pandemia impôs às empresas e seus colaboradores a adoção do uso de plataformas digitais e a flexibilização das jornadas de trabalho, com consequente diminuição nos custos e praticamente sem impacto na produtividade. Afinal, o cenário pós-pandemia vem ditando novas regras em diversos setores da sociedade e não será diferente no mundo corporativo.

De acordo com o diretor de vendas de uma empresa especializada em viagens corporativas, Adriano Nagao Schissatti, o setor já vem se preparando para o desafio. “O agente de viagem se reinventa a todo momento e sempre se pergunta qual será o seu papel no novo cenário. Hoje, é o cenário cada vez mais online. E o que muda? No meu entendimento, o mercado exigirá que as agências de viagens corporativas, chamadas de Travel Management Company (TMC) ou Travel Management Technology (TMT) canalizem seus esforços em soluções online que melhorem a experiência dos clientes e viajantes, entregando uma solução completa do começo ao fim”, explica.

Segundo ele, as agências no formato TMC e TMT vêm sendo desafiadas positivamente pela entrada recente das novas Travel Techs, ou seja, empresas de tecnologia ou startups que atuam na intermediação de viagens, turismo e mobilidade. “Vejo todo esse movimento como algo muito bom, já que obrigará ações rápidas das TMCs em benefício do cliente final”, completa.

Potencial para retomada segura das viagens a negócio pós pandemia

De acordo com levantamento de uma plataforma de viagens, 23,9% dos entrevistados afirmaram que as viagens corporativas retornam até o fim deste ano. Outros 14% informaram que as viagens corporativas já voltaram. O levantamento também mostrou que 45,1% dos entrevistados gostariam de um emprego onde tenham a possibilidade de viajar.

“Tivemos muitas mudanças com a pandemia, como a implementação do home office de forma mais abrangente. Profissionais se preocupando cada vez mais com o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, valorizando estar mais tempo com a família. Mas, por outro lado, os clientes também não aguentam mais participar somente de eventos online ou híbridos. Pesquisas recentes mostram que os viajantes querem voltar a viajar, querem estar em eventos presenciais, fazer negócios e se manter ativos e presentes, retomando contato mais próximo com seus clientes e fornecedores”, ressalta Schissatti.

Com mais de 26 anos atuando no setor de aviação, turismo corporativo, turismo de lazer, feiras, congressos e eventos de grande porte, o profissional reforça que é preciso estar preparado para esse “novo cliente”, com aperfeiçoamento constante. “E se todas estas estimativas de retomada mudarem novamente por conta de uma nova cepa ou outra crise financeira? Bem, considero que o agente de viagem nasce se adaptando e se reinventando a cada novo cenário. E se mudar, tudo bem, seguimos em frente!”, reforça.

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