Rio de Janeiro, RJ 19/10/2021 – Empresas preparadas para ser vendidas atingiram valores muito superiores aos que tinham antes da crise.

A pandemia causada pela COVID-19 gerou uma onda de fusões e aquisições sem precedentes, levando empresas que estavam preparadas para ser vendidas a atingir valores muito superiores aos que tinham antes da crise.

A pandemia causada pela COVID-19 gerou uma onda de fusões e aquisições sem precedentes, levando empresas que estavam preparadas para ser vendidas a atingir valores muito superiores aos que tinham antes da crise. 

Segundo Claudio Nasajon, especialista em gestão empresarial, vários indicadores explicam esse impulso na atividade de M&A: taxas de juros em níveis mínimos históricos, disponibilidade de fontes alternativas de capital e dólar forte, criando oportunidades internacionais para investidores estrangeiros são apenas alguns deles.  

Os alvos naturais para aquisição costumam ser empresas que têm habilidades, tecnologias e produtos novos ou complementares para ajudar as adquirentes a fortalecer ou melhorar as suas posições de mercado. O problema é que, historicamente, a maioria das fusões e aquisições fracassa, reduzindo o valor para os acionistas em vez de aumentá-lo. Uma saída, diz Nasajon, “é preparar as empresas para que sejam vendáveis, aumentando a sua liquidez”.

Uma prova de que o assunto merece atenção é o crescente número de iniciativas voltadas a capacitar empresários para aumentar o valor das suas empresas, como por exemplo o Desafio Empresa Vendável, uma imersão online que acontecerá nos dias 9 a 11 de dezembro para ensinar estratégias de valoração dos negócios.

Uma pesquisa conduzida pela IESE Business School e pelo Prof. Nuno Fernandes, autor do livro “Finanças para executivos – um guia prático para gestores”, mostrou alguns padrões comuns que podem favorecer os resultados para o vendedor.

A estratégia vale mais do que as finanças

Muitas empresas buscam “aquisições estratégicas” para crescer o que, na prática, significa que estão dispostas a pagar mais do que a empresa vale do ponto de vista unicamente financeiro. 

Para entrar nesse jogo, o vendedor precisa entender os motivos que levam o comprador a querer fazer a aquisição. Ao entender como seu negócio pode agregar valor ao adquirente, a empresa adquirida pode captar mais facilmente uma parte desse ganho.

É preciso reconhecer e lidar com a diferença de culturas 

Comprar uma empresa significa incorporar parte dos seus recursos humanos e, ao contrário de máquinas ou instalações, pessoas são sensíveis ao ambiente social. Por isso, os projetos de fusão ou aquisição devem levar em conta as diferenças entre as culturas e criar processos para integrá-las.

Alguns compradores têm sucesso impondo a sua cultura nas adquiridas. Em discurso aos funcionários da Heineken, logo depois da aquisição da cervejaria americana pela InBev, em 2008, Carlos Brito, então CEO da empresa, disse “eu não preciso de cerveja grátis; posso comprar a minha”, sinalizando que a cultura da adquirente, com foco na meritocracia e na guerra contra o desperdício, passaria a prevalecer também na empresa adquirida.

A maior parte dos compradores, contudo, entende que a cultura organizacional é parte do valor da empresa adquirida e opta por incorporar apenas alguns elementos da sua cultura na entidade combinada ou, em alguns casos, até a manter as empresas independentes.

Quando a Natura comprou a Avon em 2019, formando a quarta maior empresa de cosméticos do mundo, com mais de 40 mil colaboradores e presença em cem países, enfrentou um desafio gigantesco, mas as forças de cada empresa estavam muito claras. Enquanto na Avon o protagonismo feminino permeia toda a operação, na Natura, a principal fortaleza é a organização de processos. A solução foi compartilhar as “melhores práticas” de cada uma, mantendo algumas características independentes.

Em suma: as diferenças culturais não são um problema se forem bem gerenciadas. O verdadeiro ofensor é não perceber essas diferenças e não contemplar formas de resolvê-las. Por isso, as empresas consideradas vendáveis são aquelas que se preocuparam em criar mecanismos para estabelecer e monitorar o comportamento dos funcionários nas diversas situações da sua operação, sem depender da presença dos gestores.

A avaliação da companhia depende de quem avalia

O preço da empresa (valuation, no jargão técnico) varia de acordo com o comprador. Empresas podem ter mais ou menos valor dependendo de quem as compra. Por isso é importante avaliar não só a empresa que será adquirida, mas principalmente a entidade resultante da aquisição, para entender os limites de cada transação.

Os bancos de investimento costumam oferecer serviços de avaliação de empresas no seu portfólio e oferecem uma boa opção para o vendedor porque são pagos (e avaliados) no final da transação. Além disso, como a sua classificação aumenta de acordo com o preço da compra, estão sempre do lado do vendedor, não do comprador. 

Velocidade é fundamental 

Os concorrentes não ficarão parados e provavelmente usarão a movimentação para tentar capturar uma parte dos clientes que, invariavelmente, tende a ficar tensa ante um movimento de aquisição.

Por isso, velocidade é fundamental para garantir bons resultados. Uma vez iniciado o processo, é mandatório fazer a integração rapidamente e comunicar-se com o mercado de forma transparente, garantindo que as operações continuarão a ser executadas da forma mais estável possível.

Aquisições nunca são fáceis, mas isso não é motivo para evitá-las 

A pandemia causada pela COVID-19 trouxe uma onda gigantesca de oportunidades de negócios e os empresários que estiverem adequadamente preparados serão capazes de criar mais valor para as suas empresas.

Website: https://www.empresavendavel.com.br

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