São Paulo, SP 15/10/2021 – Isso impacta diretamente o pequeno empreendedor que além de gerar empregos locais, movimenta uma cadeia produtiva em todo o país

Segundo dados do Ministério das Relações Exteriores (MRS), cerca de 45% dos empreendedores que internacionalizar seus negócios, estão nos Estados Unidos. Os dados foram levantados em maio de 2021.

Pesquisa recente apresentada pela Forbes mostrou que o número de imigrantes empreendedores foi o menor nos últimos anos graças às políticas de imigração, mas isso não foi impeditivo para empresas brasileiras buscarem a internacionalização como alternativa à retomada econômica lenta que o Brasil vivencia.

Tal retrocesso imigratório fez com que Joe Biden revisasse os protocolos de imigração a fim de criar incentivos aos investidores no país, mas o alto custo, considerando a taxa cambial atual, tem sido um dos grandes desafios para o empreendedor.

Uma das propostas para atrair novos investidores, os Estados Unidos lançaram a possibilidade do visto EB-5, que oferece Green Card provisório para o investidor, cônjuge e filhos menores de 21 anos, mas apesar desse benefício, há outros desafios a serem superados.

“Apesar do incentivo, o processo é extremamente burocrático, oneroso e demorado”, relata Rafael Cortez, um dos donos da Hyped Angels, empresa de moda que tentou a permanência nos Estados Unidos e teve o visto negado. A empresa que atuava com venda de marcas de grife, teve que voltar ao Brasil após implicações da sua permanência, enfrentando um desafio ainda maior, a tributação brasileira no comércio de importados de luxo.

Essa mesma experiência de visto negado aconteceu com a companhia Sendbird, fundada por John S. Kim, que mesmo movimentando milhões de dólares e gerando 800 mil empregos, teve o pedido de Green Card negado.

Com a proposta do presidente norte-americano que oferece a possibilidade de conseguir o visto EB-5, o investidor deve apresentar o mínimo de US$ 500 mil, o que reflete em mais de R$ 2 milhões, algo que foge do alcance dos pequenos empresários que visam à internacionalização das empresas, seja pela proposta tributária ou posicionamento estratégico.

Segundo dados do Ministério das Relações Exteriores (MRS), cerca de 45% dos empreendedores que internacionalizaram seus negócios, estão nos Estados Unidos. Os dados foram levantados em maio de 2021. Mesmo com os requisitos orçamentários elevados, visto a taxa cambial da conversão do real para o dólar, há outros desafios a serem superados.

“Esse valor impacta diretamente o pequeno empreendedor, pois boa parte dos empregos locais nos Estados Unidos são de empresas estrangeiras, além de movimentar uma cadeia produtiva em todo o país”, ressalta Rafael. A empresa que ficava sediada em New Jersey tentou migrar para a Flórida, visto o alto crescimento da região pouco antes da negativa do visto. O grande desafio para o empreendedor, segundo o fundador da Hyped Angels, é superar a burocratização imposta principalmente nos Estados Unidos.

Segundo o relatório semestral da U.S. State Monitor Report from BMO Economics, o estado da Flórida apresentou crescimento de 3,2% no PIB real, mantendo o estado na liderança de desenvolvimento concentrando a maior comunidade de brasileiros fora do país, sendo a principal escolha dos empresários brasileiros que buscam a internacionalização das suas empresas.

Dentre os fatores que a Flórida é preferência, estão clima, fácil acesso ao Brasil pela quantidade de voos direto e pela comunidade brasileira na região, conforme aponta o Florida Department of Economic Opportunity, que atua na consultoria para empresas que desejam se internacionalizar.

Superado os aspectos burocráticos, o empreendedor precisa se adaptar às taxas tributárias, legislação e seguir à risca os protocolos de abertura de empresa e conta bancária, relata Rafael.

Já em outros países como Reino Unido, graças ao rompimento das relações comerciais europeias após o Brexit, começaram a receber empreendedores brasileiros com muita receptividade, iniciando uma corrida para captação de empresas que fomentem a economia como o UK Department for International Trade, um programa de apoio e incentivo ao desenvolvimento de empresas brasileiras no país.

Há outros programas de incentivos como o Santander Trade que auxilia gratuitamente empresários na busca da internacionalização em networks, grupos e insights.

“O empresário que busca a internacionalização precisa estar ciente dos riscos, das adaptações necessárias e toda mudança que envolve o processo, mas vale a pena, já que no Brasil, oferecer produtos de qualidade e originais acaba caindo no descrédito muitas vezes, pois são raras as empresas que realmente entregam o que oferecem, algo que lá fora, é diferente”, finalizou Rafael Cortez.

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