São Paulo – SP 2/8/2021 – A pandemia mostrou de forma nua e crua o que já era sabido: pacientes com obesidade grau II têm mais chances de complicações graves

País tem 26,8% de sua população considerada obesa, segundo dados do Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE em 2019; grupo é classificado de risco para a Covid-19 por estar associado a comorbidades como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares

Com a pandemia de Covid-19 em pleno curso, ainda não é possível avaliar a exata dimensão do impacto da crise sanitária nos índices sociais e econômicos do país, tampouco nas estatísticas relacionadas à própria saúde e ao bem-estar dos brasileiros. A mais recente Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), por exemplo, é datada de 2019, antes do surto do novo coronavírus no território nacional, sendo impossível avaliar o real impacto da pandemia no aumento da proporção de pessoas consideradas obesas no país – neste estudo, o índice atinge a marca de 26,8% entre os maiores de 20 anos.

Há indícios, porém, de que condicionantes geradas pelo isolamento social, como a inibição da prática de atividades físicas e o aumento da ingestão de alimentos, bem como o possível incremento de casos de ansiedade, possam impactar na ampliação da proporção de pessoas com obesidade grau II e também os pacientes com obesidade mórbida no Brasil.

Esta tendência foi corroborada por um estudo realizado pelo Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP), publicado em março deste ano, que constatou que em 19,7% dos entrevistados foi verificado aumento de peso durante a pandemia – o estudo envolveu 14.259 pessoas. Outro levantamento, realizado pelo Instituto Ipsos e publicado em janeiro deste ano, indicou que 52% dos entrevistados brasileiros declararam ter engordado desde o início da disseminação da Covid-19 no país – a pesquisa foi realizada com 22.008 entrevistados, com idades entre 16 e 74 anos, de 30 países.

Um possível aumento no número de pessoas com obesidade no Brasil em contexto de pandemia pode implicar no aumento da parcela populacional enquadrada como grupo de risco, visto que a obesidade, em muitos casos, está associada a comorbidades como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.

Neste sentido, pacientes com obesidade apresentam mais risco de severidade ao contrair a Covid-19 pelo fato de que o tecido adiposo, que armazena gordura no corpo, também pode atuar como um reservatório para o vírus. A menor expansibilidade do pulmão em pessoas com esta condição física, ademais, também dificulta o processo de ventilação mecânica e prolonga o tempo de recuperação da enfermidade.

A busca pela redução da obesidade, assim, para muitas pessoas acaba ganhando um caráter circunstancial e – no atual contexto sanitário – preventivo. Em muitos casos, a reeducação alimentar não traz os resultados esperados e existe uma solução quando o IMC é maior ou igual a 35 e o paciente ainda apresenta algumas comorbidades: a cirurgia bariátrica realizada por via laparoscópica ou robótica.

Saúde cada vez mais à frente da questão estética

Para o cirurgião do aparelho digestivo e bariátrico Dr. Marcon Censoni, a atual pandemia fez com que aumentasse na sociedade a percepção de que pessoas com IMC (Índice de Massa Corporal) maior que 35 (obesidade de grau 2) tendem a ter mais complicações com doenças respiratórias, o que fez com que aumentasse a procura por “métodos mais eficazes e indicados para emagrecimento”, como a cirurgia bariátrica, por parte de pacientes com estas condições físicas.

“A pandemia mostrou de forma nua e crua o que já era sabido: pacientes com obesidade grau II têm maiores chances de complicações graves, tanto em casos de Covid-19 como em outras situações de internação”, afirma Dr. Censoni. Esta percepção, por parte da sociedade, de que graus mais elevados de obesidade podem estar associados ao surgimento de algumas enfermidades, é referendada por um estudo recente feita pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), em parceria com a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Nele, foi confirmado que a obesidade e o excesso de peso estão associados ao aumento do risco de 14 tipos de cânceres: de mama na pós-menopausa, cólon e reto, útero, vesícula biliar, rim, fígado, ovário, próstata, mieloma múltiplo (células plasmáticas da medula óssea), esôfago, pâncreas, estômago e tireoide.

De acordo com o médico, o perfil dos pacientes que procuram realizar a cirurgia bariátrica, neste sentido, vem gradativamente mudando: “A estética e o amor-próprio não podem ser negados, mas sempre a saúde vem em primeiro lugar”.

Para mais informações, basta acessar o site do Dr. Marcon Censoni.

Website: http://www.drmc.com.br/

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