16/7/2021 – Os resultados da análise não são somente surpreendentes, mas também muito positivos.

Análise de mais de mil estudos revela resiliência da saúde mental mesmo durante a pandemia.

Quase tão rápido quanto o vírus da covid-19 se disseminou pelo mundo surgiu a preocupação com os efeitos da pandemia na saúde mental das pessoas. Com a repentina mudança na rotina, a falta de contato social, a preocupação e o risco permanente com a saúde estavam dadas as condições para um colapso no bem-estar das pessoas. Sem mencionar os casos de perda de receita ou mesmo de pessoas próximas. Uma crise de saúde mental parecia inevitável.

Agora, uma análise de estudos realizados em cerca de 100 países desde o início da pandemia revela que a previsão não se concretizou. Os níveis de ansiedade, depressão a estresse de fato aumentaram significativamente nos primeiros meses após ser declarada a pandemia. Porém, começaram a recuar alguns meses depois.

Encomendada pela publicação cientifica The Lancet, a análise contou com uma equipe de especialistas em saúde mental do Reino Unido, Canadá, Estados Unidos e Líbano. Eles se debruçaram sobre mais de 1.000 pesquisas envolvendo centenas de milhares de pessoas e abordando diversas variáveis relacionadas à saúde mental e satisfação pessoal realizadas durante o primeiro ano da pandemia.

De acordo com os pesquisadores, logo no início da pandemia, muitas pessoas passaram a sofrer situações graves de estresse psicológico. Nos Estados Unidos e na Noruega, por exemplo, os registros de casos de depressão triplicaram em março e abril de 2020 em comparação com o mesmo período dos anos anteriores. Outro estudo mostrou um aumento de 19% para 27% nos níveis de angústia nos primeiros meses da pandemia no Reino Unido.

A equipe de especialistas responsáveis pela análise buscou garantir que os dados fossem o mais amplo possível. Como grande parte das pesquisas era de países ricos, eles foram atrás de dados que ampliassem a abrangência geográfica. Considerando que o material que estudaram pudesse ter deixado de lado pessoas em situações limite, que provavelmente não teriam disposição para falar com um pesquisador, buscaram fontes oficiais de 21 países.

Eles também não se limitaram a dados sobre as consequências de uma situação de pandemia para a saúde mental apenas em casos de sofrimento intenso. Para isso, incluíram na análise os resultados da pesquisa global do Gallup sobre a satisfação das pessoas com suas vidas. O nível de satisfação médio em 2020 foi o mesmo do ano anterior.

Imunidade psicológica

O resultado do trabalho Mental Health During the First Year of the COVID-19 Pandemic: A Review and Recommendations for Moving Forward deve ser publicado em breve. “Os resultados da análise não são somente surpreendentes, mas também muito positivos. Eles corroboram uma teoria clássica da psicologia, a de que as pessoas são muito mais resilientes do acreditam ser e capazes de superar situações de forma muito melhor do que imaginam”, diz Arie Halpern, especialista em tecnologias diruptivas.

Isso não significa que parte das pessoas não tenha sofrido. Muitas, diante de problemas financeiros, solidão ou mesmo acometidas pela covid-19 enfrentam problemas de saúde mental. E o fato de não ter se consolidado a previsão de uma crise generalizada não significa que sejam necessárias medidas de suporte a essas pessoas. O objetivo da análise é justamente dar essa contribuição para a busca de soluções para endereçar os problemas.

Website: http://www.ariehalpern.com.br/especialistas-revelam-que-saude-mental-e-mais-resiliente-do-que-supomos/

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