São Paulo, SP 22/6/2021 – No setor financeiro, o planejamento é ainda mais importante porque uma empresa não produz sem capital de giro, é preciso estabelecer metas

Segundo o levantamento do Sebrae feito com mais de 6 mil empreendedores, 87,5% tiveram o faturamento afetado pela crise, o que fez com que recorressem a empréstimos para manter os negócios em funcionamento, quase 55% tiveram que buscar ajuda financeira e recorrer a linhas de crédito

A falta de uma boa gestão financeira e de um planejamento articulado dificulta às organizações atravessarem uma crise econômica e se manterem no mercado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. De acordo com os dados, desde que a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil, 716.000 empresas fecharam as portas. A cifra corresponde a mais da metade de 1,3 milhões de empresas que estavam com atividades suspensas ou encerradas definitivamente. Do total de negócios fechados, temporária ou definitivamente, quatro em cada 10 (um total de 522.000 firmas) afirmaram ao IBGE que a situação deveu-se a falta de um planejamento financeiro perante a crise da pandemia.

Uma das coisas mais importantes na gestão de uma empresa é o planejamento, tanto em tempos de crise como em tempos de fartura, nenhuma empresa cresce ou se mantém lucrativa sem um bom planejamento em todos os setores, informa Milana Cecília Krindges, graduada no curso de Administração de Empresas com foco em gestão financeira e no curso de Psicologia, pós-graduada em Negócios e com mestrado em Administração de Empresas.

“No setor financeiro, o planejamento é ainda mais importante porque uma empresa não produz sem capital de giro, é preciso estabelecer metas e planejar os melhores caminhos. Em tempos de crise pode ser necessário renunciar a algumas metas e criar estratégias de sobrevivência, ainda assim, é necessário estabelecer as de curto prazo para não perder o rumo”, explica Milana.

Um bom planejamento sempre começa com a identificação de prioridades, diz a administradora, uma empresa pode ser comparada a uma casa, onde o mais importante é ter comida na mesa do que uma televisão a cabo. Da mesma forma é uma empresa, que também tem que focar nas prioridades. Krindges lembra que a parte operacional e a da produção são as que não podem parar, e para isso, é preciso garantir o pagamento dos fornecedores e o salário dos funcionários, que é de extrema importância para manter a engrenagem funcionando.

“Uma boa gestão do fluxo de caixa também é essencial para manter as contas em dia. É fundamental ter certa previsibilidade em tempos de crise. Um fluxo de caixa organizado e atualizado permite que o gestor acompanhe as entradas e saídas financeiras, o que tiver por vir nos períodos futuros e o que for possível reservar para pagamentos de dívidas e investimentos”, declara a mestre em administração, com conhecimentos de contabilidade financeira geral, contabilidade de custos, análise de dados e métodos de previsão.

O levantamento do IBGE mostra que a crise atual teve um impacto negativo em todos os setores econômicos, mas afetou especialmente o comércio (39,4%) e serviços (37%), principalmente no caso das pequenas empresas. 99,8% dos negócios que não voltarão a abrir as portas são de pequeno porte. De acordo com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a média de empresas que fecham a cada da ano é de 10%, o que corresponde a cerca de 600.000 negócios.

Conforme a especialista, depois de desenvolver um planejamento estratégico, estabelecer as prioridades e conhecer o fluxo de caixa da empresa, é hora de cortar tudo que for custo desnecessário. Em tempos de crise não é aconselhável se gastar deliberadamente. E alerta que é essencial identificar e cortar gastos e atividades que extraem recursos da empresa e dão pouco retorno.

“Dependendo do tamanho e da atividade da empresa é necessário tomar medidas de contenção de crise. No entanto, essas dicas citadas são fundamentais para a gestão financeira de qualquer empresa em todos os momentos, principalmente em tempos de crise”, finaliza Cecília Krindges, com experiência em resultados e realizações com princípios de gestão financeira e facilities, com procedimentos de gestão de escritório, em análise de custos de projeto e monitoramento de orçamentos e em operações de negócios.      

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