São Paulo – SP 17/6/2021 – Os leilões estão previstos para acontecer dia 8 de julho e terão algumas diferenças em relação a outras concorrências de infraestrutura, diz Ricardo Gomes.

A primeira edição do “No Radar Especial”, evento online organizado pela Daemon Investimentos e que reuniu especialistas em energia para discutir os primeiros leilões de Geração de Energia Nova (A-3 e A-4) de 2021, deixou claro que o setor espera uma disputa bastante acirrada, com os concorrentes buscando aproveitar o período final do incentivo para as tarifas de energia renovável.

Os leilões estão previstos para acontecer no dia 8 de julho e terão algumas diferenças em relação a outras concorrências de infraestrutura, como lembrou no evento o sócio da Daemon Consultoria, Ricardo Gomes.

“Os projetos das fontes competem entre elas pela conexão. Se você tem diversos projetos, que competem pela mesma conexão da linha de transmissão, eles vão competir pelo preço entre eles, para só passar para a próxima fase os que têm conexão garantida. Depois, vamos para um leilão de lance contínuo, onde você consegue ver na tela se seu projeto está sendo atendido e por quanto você está vendendo a sua energia”, explicou Gomes, na abertura do evento, que aconteceu na noite de terça-feira, dia 15, e foi transmitido ao vivo e de forma gratuita.

Na visão de Júlio Ribeiro, diretor do Grupo Ritmo Energia, o leilão deve ter uma baixa demanda para todas as fontes, tanto no A-3 como no A-4, com uma guerra nos preços para as energias solares e eólicas, mas em patamares de valores acima dos verificados nos leilões passados, “principalmente devido às pressões inflacionárias das matérias-primas”.

Para Gabriela Dietrich, SVP da GE Capital Brasil, o leilão tende a ser supercompetitivo em relação a anos anteriores, com pouco volume por parte das distribuidoras, mas muita demanda por parte dos geradores, não só porque há um impulso da expansão do mercado livre, mas também por causa do fim do incentivo da TUSD (Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição). “Isso deve resultar em uma corrida dos geradores para antecipar projetos de implementação anterior a 2025”, ela afirmou.

O advogado Vitor Rhein Schirato, sócio do escritório Rhein Schirato Meireles, especializado em ambiente regulatório, e da Daemon Investimentos, ressaltou que o fim do incentivo para as tarifas se deve à nova legislação, com a recente conversão da Lei 14.120 em Medida Provisória.

“Agora temos uma regra que acaba com o desconto. Mesmo a energia renovável incentivada terá equiparação em TUSD e TUST, exceto aquelas que vierem a ser contratadas com prazos de 12 meses a contar da publicação da lei. Ou seja, temos um prazo de 12 meses para aproveitamento desse desconto, que torna a energia renovável muito mais competitiva”, disse. “Então, a tendência é que este leilão seja uma corrida para quem quer ampliar ou iniciar a participação no setor, fazendo de forma mais competitiva, aproveitando incentivos que já havia antes”, complementou.

A dúvida que fica, considera Schirato, é se o mercado já está competitivo e maduro o suficiente para sobreviver sem uma parte substancial desses descontos ou se a retirada dos incentivos vai diminuir a competitividade da energia renovável. “Meu feeling é de que já temos alguma maturidade que vai permitir ao mercado seguir sem isso”, acredita.

Fundada em 2009 por executivos oriundos Unibanco, Daemon Investimentos, por sua vez, é uma gestora de recursos de terceiros (Asset Manager), atuante no Brasil e nos EUA (para não americanos), com cerca de USD 4 bilhões em ativos sob gestão, distribuídos em duas principais famílias de produtos, a saber:

Fundos de Créditos: Voltados exclusivamente para Export Finance, em especial, financiamento de exportações brasileiras de bens de capital, tendo desembolsado mais de USD 20 bilhões desde o início das operações;

Fundos Quantitativos: fundos cujas decisões de investimento e controle de riscos ocorrem unicamente por meio de algoritmos, de forma totalmente sistematizada (robôs). O principal produto (Daemon Nous Global) é extremamente diversificado (cerca de 200 ativos, dentre os 400 elegíveis) e apresenta baixíssima correlação com os principais ativos negociados no Brasil, servindo para mitigar a volatilidade do portfólio dos investidores locais.

A Daemon Consultoria constitui o braço de assessoria financeira do Grupo. Criada em 2012, a Daemon Consultoria se especializou no segmento de infraestrutura, tendo assessorado mais de R$ 7 bilhões em projetos no Brasil e sendo reconhecida por clientes e parceiros pela expertise e excelência na execução de transações que envolvam Project Finance.

Website: https://daemoninvestimentos.com.br/

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