Francisco Beltrão – PR 5/3/2021 – As palavras têm a leveza do vento e a força da tempestade

Com experimentos empíricos e estudos, pesquisadores explicam que o que se fala e se ouve pode alterar até mesmo o DNA, os alimentos e as plantas.

Cientistas e pesquisadores encontram cada vez mais evidências do efeito – tanto negativo quanto positivo – da palavra em humanos, plantas e alimentos. O tema, investigado por pesquisadores e cientistas no mundo todo, tem colhido resultados por meio de pesquisas empíricas de todo tipo. Mas a conclusão é sempre a mesma: de que as palavras têm poder.

 Um dos estudos mais recentes é do biofísico russo e biólogo molecular Pjotr ​​Garjajev, que juntamente com uma equipe de pesquisadores fez uma investigação profunda sobre o DNA. Segundo eles, apenas 10% do DNA produz proteínas – é a parte que a maioria dos cientistas estuda -, mas eles focaram nos 90% chamado de “DNA lixo”. Entre outras apurações, investigaram o comportamento vibracional do DNA.

A conclusão foi a seguinte: “Os cromossomos vivos funcionam como computadores solitônicos/holográficos usando a radiação laser de DNA endógena. Isso significa que conseguiram, por exemplo, modular certos padrões de frequência em um raio laser e, com ele, influenciaram a frequência do DNA e, portanto, a própria informação genética”. Apesar dos termos técnicos, isso significa que palavras e frases humanas conseguem alterar o DNA.

Efeito em plantas e alimentos

Um outro experimento, agora já bem famoso, foi feito pelo cientista e pesquisador japonês Masaru Emoto, que colocou porções de arroz em três vidros diferentes. Em um deles estava escrito “Thank You, I Love You” (“Obrigado, Eu Te Amo”), em outro “I Hate You, You Fool” (“Eu Te Odeio, Seu Idiota”), e o terceiro era para ser ignorado. Diariamente ele repetia para cada pote o que estava escrito nele. O resultado é que depois de um mês fazendo isso no pote de amor o arroz estava fermentado naturalmente, no de ódio os grãos se transformaram em algo preto, e no pote ignorado o arroz embolorou. No Japão, país de Emoto, até mesmo há uma palavra que define essa ideia de que as palavras possuem propriedades, que é o termo Kotodama (言霊; “word spirit”).

Apesar de não ser um instituto de pesquisa, a empresa IKEA fez em Dubai um estudo para ver os efeitos do bullying. Para isso, duas plantas idênticas foram colocadas numa escola. Receberam exatamente o mesmo tratamento, com exposição à luz, temperatura regulada, água e fertilizante. Pediram para que alunos dissessem para uma palavras ruins o tempo inteiro, enquanto para outra apenas elogios. Depois de um mês de experimento, o resultado foi visível: A planta que sofreu bullying apresentava um aspecto murcho e com folhas marrons, enquanto a planta que havia sido elogiada continuava com boa aparência.

Palavras e fé

A palavra também tem grande poder quando o assunto é a fé. Cientistas da Universidade Duke, dos Estados Unidos, confirmaram que a oração pode influenciar a capacidade orgânica de enfrentar doenças. Segundo suas conclusões, quando a pessoa ora ou canta músicas religiosas, o lobo frontal do cérebro, parte que ativa o sistema imunológico, é fortalecido.

Odarci Serraglio, escritor e engenheiro, acredita e estuda profundamente o poder das palavras, tanto que escreveu um livro sobre o tema, chamado O Mensageiro, publicado pela Editora Albatroz. “Palavras são poderosas. Podem construir ou destruir, animar ou entristecer. E quando dirigidas a Deus revestem-se ainda de maior importância e assertividade”, conta. O autor explica que as palavras devem ser escolhidas com primor, buscando revelar a verdade, o desejo, a esperança.

Segundo ele, as pessoas vivem numa rotina automatizada, onde viram meros repetidores, sem raciocinar nem apreciar as palavras proferidas, assim até as orações ficam despidas de verdade e de sentimentos, sem realmente terem o poder que poderiam encontrar nas palavras. “Penso até que alguns assuntos que trato serão reprovados pelos religiosos. No entanto, temos que aliar a religião à ciência”, comenta.

Outra pesquisa sobre o poder da palavra aliada à fé foi feita pelo Dr. Andrew Newberg, diretor de pesquisa no Hospital de Thomas Jefferson e Medical College, também Estados Unidos. No estudo scanners de cérebro de ressonância magnética mostraram que há poder na oração. Ele constatou que a prece é muito semelhante a um treinamento físico para o cérebro, que quando feita com frequência altera a sua composição. Sua pesquisa mostrou que quando uma pessoa é dedicada à oração, há um aumento da atividade nos lobos frontais e na área da linguagem do cérebro, conhecida por se tornar ativa durante a conversa. Newberg chegou à conclusão de que, independentemente da religião, a oração e suas palavram criam uma experiência neurológica de vínculo nas pessoas.

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