Miami, FL 14/9/2020 – Quando procuramos fazer o bem, estamos de alguma forma espalhando o que temos de melhor. A nossa jornada se enriquece

Mesmo sem treino básico, voluntários auxiliam mães e filhos com ensino virtual em todo o mundo

A pandemia do novo Coronavírus (COVID-19) trouxe à tona diversas reações em todo o mundo. Algumas comunidades latinas, por exemplo, contaram com personalidades que reagiram de maneira proativa.

O crescimento acelerado do ensino a distância contribuiu consideravelmente para que o número de alunos presenciais fosse reduzido. Em pouquíssimo tempo, o cenário educacional mudou em todo o planeta. A qualidade do ensino ainda é debatida, porém, de acordo com o Ministério da Educação, no último ano, apenas no Brasil, pelo menos 120 mil alunos do ensino superior migraram para o ensino virtual.

Durante a pandemia, mesmo com todo o desafio tecnológico, um relatório da BBC calculava que pelo menos 2 milhões de alunos do ensino fundamental público já assistiam aulas remotas em todo o país e até o final do ano, seriam 6 milhões de estudantes que deixariam as escolas físicas em busca de aulas que pudessem ser assistidas de seus computadores.

Para os cursos particulares, as mensalidades são mais acessíveis, mas a flexibilidade de horários e a segurança ainda são os maiores atrativos. 

Não só os alunos, mas os professores perceberam mais qualidade de vida e, de acordo com Rebecca Smith, da coordenação de uma escola fundamental em Miami, grande parte do elemento aprendizado está no afeto, na convivência diária e na vida social acadêmica e, esses são fatores que podem desencadear deficiências alarmantes no futuro.

Paula Tooths, uma jornalista brasileira que, durante uma pesquisa do novo vírus, encontrou uma missão de vida – “Fazer o bem sem olhar a quem” como ela mesma denomina.

“Quando procuramos fazer o bem, não importa quem estamos ajudando, estamos fazendo bem a nós mesmos, estamos acariciando a nossa alma, estamos de alguma forma espalhando o que temos de melhor. A nossa jornada se enriquece” – conta a jornalista.

Com uma vida sem tempo para respirar, Paula não é diferente da maioria das mulheres. Em sua bagagem, ela não tem experiência como educadora, mas tem experiência de sobra de como bem administrar o tempo que tem nas mãos. Ela, que trabalha tempo integral para o Grupo A Hora – agência de notícias e tem todos os deveres como mãe e esposa, ajuda o filho de dez anos com as classes, agora 100% virtuais, e ainda encontra tempo para ajudar outras mães e seus filhos. Em menos de dois meses, auxiliou mais de cem famílias com as inscrições em escolas virtuais em todo o mundo.

“Há seis meses, quando a pandemia ‘estourou’, descobri que muitos idosos na região em que moro estavam sem mantimentos e água. Como voluntária, passei a fazer compras semanais para treze senhoras que já não dirigem ou têm dificuldades de locomoção. Até hoje, faço o ‘giro das compras’ semanalmente. Mas foi na volta às aulas que me deparei com centenas de mães em depressão e crianças desmotivadas. Temos o grupo das mamães, onde trago diariamente palavras de conforto e ideias práticas para entreter os pequenos e também mantemos o grupo das crianças que brincam saudavelmente e têm apoio de aulas no período em que não estão nas classes” – explica Paula.

Paula buscou inspiração nos amigos educadores, nos livros e na internet, aulas de apoio para adultos que, como ela, queriam orientar os estudos dos próprios filhos e com o que aprendeu, passou a ajudar outras dezenas de mães a acompanharem as aulas dos filhos. Os grupos que criou incluem meditação, yoga, reeducação alimentar, ensino de idiomas e debates sobre as escolas virtuais, além de trocas de dicas de como melhor conduzir o planejamento escolar e uma plataforma de bate-papo que fica disponível 14 horas por dia.

Para as crianças, os grupos são diários, contam com convidados especiais e incluem aulas de artes contemporâneas, reforço de matemática, ciência na prática e muita tecnologia.

“O intuito é enriquecer a rotina da criançada, seja com aulas de culinária ou com uma mamãe do corpo de bombeiros explicando como melhor se proteger de um furacão. Queremos nossos filhos preparados para o futuro e entusiasmados com a vida acadêmica” – conclui Paula Tooths.

Os grupos ainda são pequenos, mas com muito potencial. Cada grupo tem cerca de mil integrantes e, para fazer parte deles, convite e aprovação se fazem necessários para que a ordem e a paz sejam mantidas. O movimento ganhou apoiadores em todos os continentes, e os organizadores planejam o início de novos grupos direcionados para crianças especiais e suas famílias para outubro próximo. 

Website: https://jornalahora.com

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