São Paulo – SP 11/11/2020 – A clássica agressividade nos animais infectados não tem sido observada. Já paralisias, salivação e ausência de apetite são sinais considerados mais comuns.

A raiva é uma doença cruel e fatal, mas tem prevenção.

A raiva é uma doença infecciosa capaz de ser naturalmente transmitida entre animais e seres humanos. A evolução desta doença é muito rápida após o surgimento dos primeiros sintomas. “Apesar de ser conhecida desde a antiguidade, a raiva ainda não tem cura e continua fazendo vítimas. Animais silvestres como morcegos, por exemplo, podem infectar cachorros, gatos, vacas e humanos”, salienta Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios (www.revistaecotour.news).

A raiva é causada por vírus do gênero Lyssavirus, da Família Rhabdoviridae. É caracterizada como uma encefalite progressiva aguda, de distribuição mundial, que acomete os mamíferos. Sua transmissão ao ser humano ocorre pelo contato com a saliva de animais infectados com o vírus e, geralmente, a infecção se dá por meio de mordeduras, podendo também ser por meio de arranhaduras ou lambeduras.

Em um primeiro momento, os sintomas podem estar relacionados à depressão, ansiedade, agressividade e demência. Quando a doença se agrava, o animal apresenta dificuldade de engolir, salivação, descontrole muscular e paralisia. “Os sintomas aparecem entre dez dias e seis semanas após o animal contrair o vírus da raiva, mas variam conforme o tipo da doença” relata Vininha F. Carvalho.

O professor. Dr. Sílvio Arruda Vasconcellos, secretário-geral do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), alerta que, em animais, a raiva passou a apresentar sinais diferentes dos observados no passado, o que pode acarretar a identificação tardia da zoonose e uma perda no aspecto preventivo. “A clássica agressividade nos animais infectados não tem sido observada. Já paralisias, salivação e ausência de apetite são sinais considerados mais comuns na atualidade”, ressalta o veterinário.

A raiva furiosa era o tipo mais comum. Na primeira fase da doença, chamada de prodrômica e que tem duração de um a três dias, o animal tende a se esconder em locais escuros, a ficar agitado repentinamente, a latir muito, a ser desobediente e a comer tudo o que vê pela frente.

A fase seguinte dura um dia e é aquela na qual a agressividade se manifesta com mais intensidade. O cão pode atacar seu tutor, outros animais e até mesmo se automutilar, provocando ferimentos. Ele também para de comer e de beber água e saliva muito.

A terceira e última fase da doença é a mais crítica, pois o animal começa a sofrer convulsões generalizadas e entra em estado paralítico. Em até 48 horas, ele falece.

Na raiva muda, a diferença é que a segunda fase da doença, de maior agitação e agressividade, não ocorre. O cão fica mais calmo e deprimido, não come e não bebe, mas em pouco tempo sofrerá com as convulsões e paralisias.

Já os sintomas da raiva intestinal, que é a mais rara de todas, são bem diferentes. O animal não apresenta uma mudança brusca de comportamento, mas passa a ter vômitos e cólicas frequentes até a morte, que acontece em apenas três dias.

A população também deve estar atenta aos morcegos. O médico-veterinário Sílvio Arruda Vasconcellos, secretário-geral do CRMV-SP afirma que, no Brasil, foi identificado que o vírus circula entre os que se alimentam de frutas. Eles podem aparecer em residências, ruas e praças, por exemplo. “Estes morcegos podem cair em locais em que transitam pessoas, cães e gatos, o que facilita a ocorrência de mordidas acidentais, por meio das quais pode haver transmissão do vírus”, frisa o Dr. Sílvio Arruda Vasconcellos

Segundo a professora Dra. Valéria Gentil de Tommaso, que integra a Comissão Técnica de Políticas Públicas do CRMV-SP e atua no Instituto Pasteur, a mudança no perfil clínico da doença está atrelada ao fato de que, desde 1998, a variante 2 (canina) do vírus rábico não circula. “Houve, apenas casos isolados em cães e gatos, com variantes de morcegos.”

De 2002 a 2020, no estado de São Paulo, foram registrados 13 casos de raiva em cães e 20 em gatos. “O número é relativamente pequeno, porém, não podem ser desconsideradas subnotificações ou, ainda, a não detecção de casos, uma vez que houve mudança no perfil clínico da doença”, diz a Dra. Valéria Gentil de Tommaso.

A raiva é uma doença cruel e fatal, mas tem prevenção. A aplicação da vacina é indicada para ser realizada anualmente por toda a vida, tanto para cães como para gatos. A antirrábica é a partir de 12 semanas para cães e dos quatro meses em gatos. Uma alimentação balanceada é sempre muito importante: proteínas de alta qualidade, vitaminas C e E, minerais e gorduras boas, como óleo de peixe, estimulam o sistema imunológico a trabalhar mais rápido na produção de células de defesa no organismo.

A vacinação é responsabilidade e dever do tutor. Com o auxílio de um médico veterinário e uma carteirinha de vacinação em dia, seguindo o calendário estabelecido, é possível ter o controle sobre a saúde dos animais de estimação. “A vacinação beneficia não só a saúde do animal, mas também previne a disseminação de algumas outras doenças transmissíveis”, conclui Vininha F. Carvalho.

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