O propósito de uma empresa vai além de oferecer um ambiente saudável para seus colaboradores ou um produto com bom preço e de qualidade, esses quesitos são considerados a base de qualquer empresa que almeja crescimento. O propósito está ligado à essência da marca que gera motivação e inspiração para aqueles que estão envolvidos com a marca, em pesquisa feita pela Delloite “Global Marketing Trends” em 2022, as marcas de alto crescimento (aquelas com 10% ou mais de crescimento anual) estão traduzindo propósito em ação para se diferenciarem de seus concorrentes. 

Ainda de acordo com a pesquisa citada, as marcas de alto crescimento têm 66% mais chances de ver o propósito como um meio de orientar a tomada de decisões dos funcionários e 41% mais propensos a direcionar a estratégia de investimento em responsabilidade social corporativa. O propósito é criado analisando o todo, ou seja, os diversos aspectos e frentes que aquela empresa impacta, os propósitos holísticos estão capturando um novo tipo de crescimento, mais imparcial e inclusivo para todas as partes interessadas, ao mesmo tempo em que estão vinculados a questões com as quais as pessoas realmente se importam.

Diego Cidade, CEO e fundador da Academia do Universitário, especialista em Geração Z e demandas do mercado de trabalho, afirma que o propósito, e se está realmente sendo cumprido, é um dos quesitos que vêm sendo analisados por jovens no momento de entrar em uma empresa.

“Com a tendência das práticas ESG em alta, as empresas já estão buscando se adaptar a essa realidade de uma visão mais ampla, então o quesito ambiental, social e de governança é o foco de muitas empresas no atual momento. O propósito acaba tendo que estar atrelado a essas práticas também, pois se o mesmo não condiz com tais práticas que estão sendo adotadas, ambos podem não ser considerados legítimos pelas pessoas e a empresa pode ser descredibilizada por isso”, acrescenta Cidade.

De acordo com o EY Beacon Institution, das recentes mudanças globais que levaram as organizações a refletir e reintroduzir um propósito, seis forças em particular estão desafiando o antigo senso de identidade e modelos operacionais das empresas, entre elas, a falta de confiança; desigualdade social; pensamento a longo prazo e sustentabilidade, forçando-as a repensar o valor e como ele é criado. Como exemplo, Banco do Brasil, Braskem, filiais do Google e Ambev, que, para se adaptarem às transformações que estão ocorrendo no cenário e as demandas de seus clientes em relação a importância da responsabilidade socioambiental, estão passando por um  reposicionamento e priorizando fontes de energia renováveis a fontes não renováveis.

Ter um propósito é saber como a marca quer ser vista, se posicionar ou transmitir e ter a clareza em todas as atitudes que serão tomadas para que objetivos sejam alcançados no futuro e as virtudes que guiarão esse plano. Quando a marca é reconhecida pelo cliente, ou seja, quando ele olha e consegue enxergar todas essas virtude, é uma marca, com propósito claro e verdadeiro.