No final de maio, os negócios escaláveis ganharam destaque na mídia com a repercussão dos investimentos realizados pela cantora e empresária Anitta em empresas do gênero. A funkeira, que já faz parte do conselho da fintech Nubank, anunciou que se tornou investidora da Fazenda Futuro, startup que fabrica proteínas inspiradas no sabor das carnes animais, e que utiliza somente ingredientes vegetais, conforme publicação da Exame.

Em maio, o Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) lançou um programa com o objetivo de transformar projetos científicos em negócios. Segundo a entidade, o “Acelerando Cientistas” é um guia para ensinar e inspirar os passos de pesquisadores no empreendedorismo e pretende facilitar o acesso a conteúdos, cases e ferramentas práticas para que estes possam criar suas startups e desenvolver habilidades empreendedoras, reforçando que pesquisas acadêmicas também podem se transformar em negócios escaláveis. 

Paulo Guilherme Leal, especialista em marketing estratégico e empreendedorismo, explica que uma empresa escalável é aquela que o empreendedor consegue alavancar o faturamento de forma significativa sem que precise mexer muito em sua estrutura. O mais comum são as franquias e licenciamentos, onde você mantém um time no escritório, recebe royalties e participação sobre as vendas geradas”.

A título de exemplo, Leal conta que em sua nova empresa, a “OMEUCHIP”, ele montou um modelo onde, dentro de seu time próprio, há dois sócios e um operacional. “Tudo o que não é do meu negócio em si, eu terceirizei. Desde a logística e ativação dos chips, até o suporte ao cliente em viagem, inclusive na captação de clientes, que criei um programa de afiliados onde eles geram os leads e eu sou remunerado sobre as vendas fechadas”, reporta.

A “OMEUCHIP” é uma empresa que atua no segmento de venda de chips para turistas. Segundo o empresário, desde o início, o empreendimento opera com apenas três pessoas, embora o faturamento da empresa já ultrapasse US$ 100 mil (cerca de R$ 489 mil) ao mês.

O especialista em marketing estratégico e empreendedorismo afirma que o franchising está entre os setores da economia com maior incidência deste tipo de negócio, assim como licenciamento de marcas.

“Por exemplo, a Nike não possui nenhuma fábrica própria, sua operação é 100% terceirizada. A empresa entendeu que o seu negócio é cuidar da marca e ter parceiros que sejam validados para produzir. Por isso, podemos dizer que a Nike é um escritório de marketing e licenciamento, e isso dá muita mobilidade para crescimento”, diz ele.

Segundo Leal, os negócios escaláveis têm evoluído no Brasil nos últimos anos, com um contingente de empresas que vem se dando conta de que terceirizar tudo aquilo que não é parte de seu negócio fim, além de gerar economia, e aumentar a produtividade, gera mais lucro e foco.

“Uma indústria farmacêutica não precisa ter funcionários de limpeza e de cozinha. Não é o negócio delas. Elas podem terceirizar, trazer parceiros especializados e, assim, focar no que deve ser focado, que será fabricar e vender medicamentos”, exemplifica.

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