Artrose, displasia do quadril, desgaste da cartilagem articular, fratura do colo do fêmur, osteonecrose, impacto femoroacetabular, artrite reumatóide são as principais causas que levam uma pessoa a precisar da prótese total do quadril ou artroplastia do quadril, cirurgia com  índice de satisfação de 98% e taxas de complicações muito baixas , que não chegam a 5% na maioria dos casos.

Um recente estudo – publicado no final de 2021, pela revista americana Clinical Orthopaedics and Related Research, mostra que a prótese de quadril analisada tem durabilidade superior a 30 anos em 88,4% dos casos. Em 2019, alguns artigos publicados também já indicavam uma durabilidade maior. O estudo inglês, divulgado no The Journal of Arthroplasty, mostra uma excelente durabilidade da prótese do quadril, de no mínimo 20 anos, em pacientes abaixo de 55 anos de idade. Outro artigo australiano, publicado pela Elsevier, indica que pacientes e cirurgiões podem esperar uma durabilidade de 25 anos em cerca de 58% dos casos.

Apesar da segurança do procedimento e  resultados comprovados, muitas pessoas não têm colocado a prótese quando indicado pelo médico, por acharem que o material tem baixa durabilidade, não passando de 10 anos.O médico ortopedista, especialista em cirurgia de joelho e quadril, Thiago Fuchs, afirma que apesar desses avanços tecnológicos e comprovações científicas, muitos pacientes ainda acham que as próteses têm baixa durabilidade e, por isso, adiam a instalação mesmo após a indicação do médico. “Antigamente, dependendo do tipo de prótese, e da superfície de contato, existia um desgaste muito precoce de algumas partes da prótese e por isso elas duravam pouco. Isso fazia com que os pacientes escolhessem não colocar a prótese, pensando que teriam que trocar em 10 anos. Mas hoje, com a utilização de novas tecnologias e superfícies de cerâmica e polietileno de alta durabilidade, essa resistência ao desgaste aumentou muito, podendo chegar aos 30 anos”, afirma o médico do Instituto Fuchs.

Riscos de problemas secundários – Ele alerta sobre riscos maiores para o paciente que não coloca a prótese quando indicada. “Essa espera pode resultar em atrofia muscular, perda de mobilidade e da qualidade de vida, e sobrecarga em outras articulações, principalmente do joelho e da coluna. Além disso, realizar o procedimento após anos de espera pode ser mais complicado e ter pior resultado funcional, porque um quadril muito mais rígido e machucado, com falhas ósseas maiores, é mais difícil de ser reconstruído”, explica.

Muitos pacientes que têm indicações da prótese de quadril são jovens, entre 35 e 50 anos, como a engenheira civil Camila Cristina de Sousa, que aos 32 foi submetida à prótese do quadril bilateral há 7 meses. Ela apresentava um quadro de osteonecrose bilateral, o que foi motivo de muita dor e incômodo nos últimos 2 anos. “No começo de 2020 eu comecei a ter uma leve dor no lado direito do quadril. Eu tomei remédios para dor muscular, mas a intensidade da dor aumentou muito rápido. Em 3 ou 4 semanas eu já não conseguia mais colocar os pés no chão de tanta dor”, relembra Camila.

Hoje Camila afirma que a qualidade de vida melhorou consideravelmente com a prótese. “Minha vida voltou ao normal. Hoje em dia eu faço tudo o que eu quero fazer. Em 3 meses eu já tinha me recuperado em torno de uns 70% e eu gostaria de incentivar as pessoas que precisam da prótese a colocar e não deixar para depois. Não deixe de viver uma vida plena por medo”, relembra.

O mesmo aconteceu com a confeiteira Anita Wiest Gabbay, de 33 anos. Ela conta que antes da prótese sentia muita dor na virilha, mas o que mais incomodava era a limitação de movimentos, principalmente para subir escadas. “Tenho prótese há 6 anos, foi a minha melhor escolha, pois não sinto mais nenhuma dor e nem limitações de movimento. Minha vida é muito melhor com a prótese, e no meu dia a dia eu nem lembro que as tenho, de tanta liberdade e bem estar que elas me proporcionam”, diz Anita.

Pessoas que sentem dor no joelho e quadril, que apresentam limitações de movimentos devem procurar um médico ortopedista especializado para uma avaliação completa, exames de imagem e diagnóstico adequado. Assim o melhor tratamento para cada caso pode ser feito, sempre buscando restabelecer ou melhorar a qualidade de vida.