São Paulo/SP 10/7/2020 – “É importante um olhar sobre a infraestrutura que está por trás desses serviços para suprir essa demanda” – José de Moura Teixeira Lopes Junior

As tendências de consumo durante o isolamento e a impressão do empresário José de Moura Teixeira Lopes Junior

A crise gerada pela pandemia de covid-19 afetou em cheio o varejo brasileiro, setor que vinha lentamente se recuperando e não está conseguindo responder de forma incisiva contra mais esse desafio, denominado Coronavírus.

Em função das medidas restritivas, nem ao menos se pode ter um número exato de pedidos de fechamento de empresas este ano. O motivo: muitos cartórios e varas judiciais não estão funcionando normalmente. De acordo com o economista do Serasa Experian, Luiz Rabi, os números devem se igualar a 2016, ano de forte recessão e instabilidade no governo, quando o recorde de 1863 pedidos de recuperação judicial foi registrado no Brasil.

Com isso, uma grande alternativa para empresas de todos os portes, seja de microempreendedor a grandes empresas, foi apostar no e-commerce, setor que registrou um crescimento de 81% em relação ao ano passado, de acordo com o Movimento Compre&Confie. Só em abril, registrou-se um faturamento de R$9,4 bilhões, impulsionados principalmente pelo setor de alimentos e bebidas (aumento de 294,8%).

Essa tendência demonstra não apenas uma alternativa para o mercado em geral, mas também sinaliza muito fortemente uma mudança no hábito dos consumidores brasileiros, que, durante a pandemia, passaram a experimentar produtos e serviços que pré-pandemia, ou eram degustados apenas nos restaurantes ou ficavam nas gôndolas dos mercados.

“Tornou-se uma grande realidade o consumo de novos produtos e serviços via internet. Daqui para a frente é importante um olhar sobre a infraestrutura que está por trás desses serviços para suprir essa demanda, como parte do cotidiano das pessoas”, afirma o empresário do ramo de telecomunicações José de Moura Teixeira Lopes Junior. “Tivemos os fornecedores de conteúdo via streaming, como Netflix, Globoplay e até YouTube, anunciando, já no início do isolamento, que disponibilizariam um material com qualidade um pouco inferior, para que não houvesse interrupções nas transmissões, por conta do grande aumento da demanda.” Mourinha, como o empresário é conhecido, também cita a movimentação dos bancos tradicionais, cada vez mais digitalizando seus serviços para concorrer com os chamados bancos digitais, que não possuem agência física.

A internet das coisas, que veio para ficar, foi a um só tempo desafio e nova realidade na educação. O EAD (Ensino a Distância) se tornou imperativo para grande parte dos alunos do país. Impedidos de acessar as escolas, a opção foi se postar diante da telinha e seguir o ensinamento dos professores pelo streaming. Modalidade que era mais comum em cursos profissionalizantes, técnicos e superiores, agora é comum crianças e jovens, que tiveram que se acostumar com as telas dos computadores no lugar do quadro negro.

Certo que o EAD trouxe também um aspecto negativo, como a demissão de um número significativos de profissionais da educação. E não apenas de professores, diga-se, mas de toda a equipe que cercava esses profissionais e que compõem o conjunto da educação. Por outro lado, a difusão do EAD pode levar conteúdos a lugares e a pessoas que o ensino presencial não conseguia atender, além de trazer novos desafios para educadores, que precisam se atualizar sobre a nova plataforma.

Contudo, ao final dessa pandemia, terá se experimentada em tempo recorde, uma série de “inovações” e facilidades, levando as pessoas a se adaptarem com o chamado Novo Normal, a rotina da vida pós-pandemia. Só então será possível dimensionar qual o legado será deixado e o quão democrático esse novo tipo de acesso, principalmente a serviços, mostrar-se-á.

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