Quanto mais o ser humano consome recursos, insumos e produtos, mais resíduos são gerados. E, quando esses resíduos não têm destinação correta ou disposição final adequada, é o meio ambiente que sofre as consequências, com poluição do ar, contaminação da água e degradação do solo.
Por esse motivo é tão necessário estar sempre conscientizando as pessoas sobre as consequências e impactos ambientais de suas ações. Há 50 anos. No dia 05 de junho, foi instituído pelas Nações Unidas o Dia Mundial do Meio Ambiente como forma de promover sensibilização e divulgação da agenda ambiental. A data consolidou-se, alcançando milhões de pessoas em todo o mundo que buscam a transição por uma sociedade mais sustentável.
De forma simbólica, neste ano, a data também se reservou a encerrar a primeira edição da Bienal do Lixo, que ocorria desde o dia 26 de maio de 2022, no Parque Villa-Lobos, Zona Oeste da cidade de São Paulo. O evento, se propôs a levar ao público arte a partir do lixo, de forma gratuita. O contexto do local onde ocorreu a Bienal também foi um marco para o evento. Às margens do Rio Pinheiros, o Parque Villa-Lobos já foi um lixão no passado e, após recuperação ambiental, hoje é uma das áreas verdes mais conhecidas de São Paulo, que recebe centenas de pessoas todos os dias.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – ABRELPE, 33,6% da massa de resíduos sólidos urbanos coletada é de resíduos recicláveis secos, porém, o país recicla apenas 4% e cerca de 40% das áreas de disposição final de resíduos sólidos são inadequadas.
Assim, a bienal buscou expor ao público obras feitas a partir de materiais que seriam descartados e que, muitas vezes, não são reaproveitados. As intervenções artísticas foram feitas com pneus, cartela de medicamentos, tampinhas de garrafa PET, vidros, equipamentos eletrônicos como teclados, mouses e impressoras, entre outros materiais.
Até mesmo os próprios contêineres que acondicionam os resíduos e atuam como Pontos de Entrega de Voluntária de materiais recicláveis (PEVs), se tornaram parte da exposição, com grafitagem, transparência e mensagens no corpo dos recipientes. “A ideia das intervenções no corpo dos contentores é de justamente provocar uma reflexão no público no momento do descarte do lixo”, afirma Camila Bortoletto, Gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios da Contemar Ambiental, que é uma das empresas apoiadoras da Bienal do Lixo.
A Bienal do Lixo realizou também oficinas, mostra de cinema, atividades lúdicas, palestras e painéis de diálogos, abordando temas como gestão de resíduos sólidos, consumo consciente, educação ambiental e logística reversa, com o objetivo de incentivar o diálogo sobre as interações humanas no meio ambiente a preservação do planeta.
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