Hoje em dia, há milhares de fontes disponíveis, influenciadores e canais que falam sobre investimentos e dão dicas sobre onde alocar o dinheiro. Muitas dessas fontes são boas, mas é preciso sempre checar as informações e avaliar se não existe nenhum outro interesse associado àquela indicação de investimento ou desinvestimento. Quem não faz isso pode acabar refém de um efeito manada e tomar uma decisão ruim para seu portfólio no longo prazo.

“Um primeiro aprendizado é ir atrás das fontes primárias de informação. No caso de fundos de investimentos e fundos de investimentos imobiliários, são as lâminas e cartas divulgadas mensalmente pelas gestoras”, diz Juliana Mello, sócia e diretora da Fortesec. Nesses documentos, os gestores são obrigados a dar informações relevantes e verídicas sobre o que está acontecendo dentro do fundo. No caso de um FII, o gestor precisa informar se um determinado imóvel está com problema de vacância, ou se o devedor de um CRI não está pagando suas obrigações em dia.

No caso de um título de dívida, é possível encontrar informações relevantes no prospecto da oferta. E no caso das empresas abertas, listadas em bolsa, o investidor encontra informações relevantes nos balanços trimestrais auditados. Em todos esses casos, os documentos são regulados por órgãos responsáveis por organizar o mercado de capitais ou auditados por uma consultoria externa.

Vale lembrar ainda que fundos de investimentos e empresas listadas têm departamentos responsáveis pela relação com os investidores. Ou seja: se mesmo depois de analisar os documentos restar alguma dúvida, é possível acessar esses canais.

“Na teoria, a maioria dos investidores sabe que é preciso focar no longo prazo e que não é sensato se desfazer de um papel ou posição na hora da baixa. Na prática, muita gente se desespera quando vê o preço de um ativo caindo, e acaba vendendo uma ação bem no pior momento”, lembra Juliana. Com isso, o investidor pode acabar embolsando prejuízos, ainda que os fundamentos estejam favoráveis e indiquem um potencial de retomada no longo prazo.

“Além disso, o investidor individual tende a ser menos íntimo do mercado do que os grandes alocadores profissionais. Com isso, as pessoas físicas podem ser mais movidas por emoções ou impulsos. Daí a importância de buscar as informações confiáveis e tomar decisões bem pensadas e calculadas”, diz Juliana. Segundo a especialista, isso pode exigir do investidor sangue frio e uma preparação para um momento de maior volatilidade. “Gosto de lembrar ainda que no caso das ações e dos FIIs, mesmo que a cotação de um papel esteja sofrendo na bolsa, a empresa ou fundo podem continuar pagando bons dividendos regularmente”, afirma.

“Se sua carteira está balanceada e adequada ao seu perfil, as oscilações de curto prazo não devem ser preponderantes na tomada de decisão. Procure sempre seu agente ou o responsável pela gestão de seu patrimônio e tire suas dúvidas”, lembra Juliana Mello.