Foi informado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta terça-feira (10), que 348 casos prováveis de uma misteriosa hepatite foram registrados em mais de 20 países; incluindo o Brasil com 28 casos suspeitos até então, que estão sendo acompanhados pelas Secretarias Estaduais de Saúde. Os primeiros casos reportados à OMS foram pelas autoridades responsáveis do Reino Unido no dia 5 de abril, em que foram constatados 10 casos de hepatite aguda grave de causa desconhecida em crianças de 11 meses a 5 anos de idade e sem doenças prévias.

Segundo o Portal Momento Saúde, a hepatite viral aguda pode ser causada pelos cinco vírus principais da hepatite (A, B, C D e E). Porém 20 dos países já relataram que cerca de 230 crianças apresentaram hepatite grave sem qualquer relação com esses vírus, tendo assim sua causa ainda desconhecida. No Brasil, os 28 casos suspeitos identificados, segundo o Ministério da Saúde, estão localizados no Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina, Minas Gerais e Pernambuco.

Um dos principais pontos em que a OMS apura sobre a onda de hepatite é se existe alguma relação com o Adenovírus 41F; que, segundo especialistas, é transmitido por vias respiratórias através de gotículas expelidas por tosse e espirro, e que portanto as medidas de prevenção são semelhantes às adotadas em relação ao novo coronavírus. De acordo com a UKHSA (Agência Nacional de Saúde do Reino Unido), o Adenovírus foi detectado em 40 dos 53 casos de hepatite confirmados, a Agência também publicou que os sintomas mais observados em crianças até agora foram: Icterícia (71%), vômitos (63%), fezes pálidas (50%), diarreia (45%), náusea (31%), dor abdominal (42%), letargia (50%), febre (31%) e sintomas respiratórios (19%).

Fabrizio Motta, supervisor médico do Controle de Infecção e Infectologia Pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, afirma que: “nas crianças, os quadros respiratórios acabam se manifestando de formas mais graves e, quanto mais novas elas forem, maiores são as chances de evoluírem para doenças respiratórias agudas graves. Nesses casos, crianças menores de dois anos, que desenvolvem bronquiolite, podem precisar de oxigênio e inclusive de ventilação mecânica na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)”.

Além da hipótese de o Adenovírus poder estar relacionado à onda de hepatite, a OMS também investiga se toxinas em alimentos contaminados, certos medicamentos, queda da imunidade devida à baixa exposição durante a quarentena e até mesmo consequências da infecção por Covid-19 podem ser um fator agravante da situação. Referente a essa informação, Will Irving, professor de virologia da Universidade de Nottingham, detalha: “o confinamento foi uma mudança muito dramática e enorme no comportamento da sociedade. E sabemos por exames de laboratório que, neste inverno [no Hemisfério Norte], vimos aumentos em toda uma gama de vírus, incluindo Adenovírus”.

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