Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil apresenta 30 milhões de pessoas com hipertensão arterial, sendo apenas 10% delas com o controle adequado da doença. A condição é um dos problemas cardíacos mais comuns e é definida por níveis tensionais superiores a 140 × 90 mmHg, como explica a dra. Ana Luiza Sales, cardiologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN). Abril foi o mês escolhido para lembrar o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, data de alerta para a doença e suas possíveis complicações. 

A hipertensão arterial não costuma causar sintomas e é considerada uma doença silenciosa que, aos poucos, vai causando avarias no coração, nos rins, no sistema nervoso central e em todo o sistema arterial.Por essa razão, recomendam-se visitas regulares ao cardiologista ou clínico geral para monitorar a saúde em busca de sinais de alteração na pressão arterial, entre outras patologias. A detecção e o tratamento precoce da condição previnem lesões em órgãos, em especial no coração.

“A pressão arterial descontrolada no longo prazo pode sobrecarregar o músculo cardíaco com consequente evolução para a disfunção dele. Tal evolução pode promover o desenvolvimento de insuficiência cardíaca, por exemplo, condição clínica em que o coração não consegue bombear de maneira adequada o sangue oxigenado pelos tecidos do corpo”, explica a Ana Luiza Sales.

Segundo a médica o controle adequado da pressão arterial, por meio de acompanhamento médico regular, é fundamental para evitar a progressão da hipertensão arterial e transformá-la num quadro avançado de insuficiência cardíaca. 

“O tratamento da hipertensão varia de acordo com as características do paciente e a gravidade dos sintomas. Em geral, um medicamento e/ou a combinação de fármacos se fazem necessárias para o controle adequado da pressão arterial. Mudanças no estilo de vida, como a prática regular de atividades físicas, a cessação do tabagismo e o controle dietético, são também fundamentais. Pacientes que evoluem para insuficiência cardíaca podem precisar, além de medicamentos e mudanças de estilo de vida, de terapias complexas como procedimentos cirúrgicos, implante de marca-passo ou corações artificiais e transplante cardíaco. Nesses casos, prevenção e cuidado precoce fazem toda a diferença”, esclarece a Ana Luiza.

Como recomendação, a especialista indica que a melhor forma de controlar e prevenir a hipertensão e suas complicações é ter uma vida mais saudável: “É de extrema importância manter uma rotina com bons hábitos alimentares (não abusar do sal, evitar alimentos gordurosos e ultraprocessados), controlar o peso, parar de fumar e praticar regulamente atividades físicas. Manter as consultas e os exames de rotina em dia é fundamental.”