Arie Halpern: a pandemia decretará o fim dos polos de inovação?

3/12/2020 – Outra grande dúvida agora é o que vai acontecer com milhares de prédios comerciais, especialmente em áreas que reúnem vários deles

O “velho normal” ficou para trás. O que esperar no pós-pandemia? Uma pesquisa realizada com 17 países, mostra o que após a pandemia, 30% das empresas continuarão seus trabalhos remotamente.

Passados meses desde o início da pandemia da Covid-19, que forçou milhões de pessoas em todo o mundo a se isolarem em casa, o trabalho remoto se tornou o normal. À medida que os testes clínicos das vacinas avançam, o questionamento passa a ser sobre como será o “normal” pós-imunização. Algumas empresas como o Twitter e a Microsoft, entre outras, já anunciaram que manterão o home office definitivamente. E o Google adotará um regime híbrido seguindo os feedbacks obtidos numa sondagem interna.

Uma pesquisa realizada com 17 países mostra que, após a pandemia, 30% das empresas continuarão seus trabalhos remotamente.

Produtividade, flexibilidade e melhor equilíbrio entre trabalho e vida pessoal são as principais vantagens apontadas pelos entusiastas do trabalho remoto. Mas isso está longe de ser unanimidade. O CEO e fundador da Netflix, por exemplo, declarou que voltaria ao expediente presencial 12 horas depois da aprovação de uma vacina e que sente falta das trocas de ideias presenciais. E não faltam exemplos de grandes negócios que tiveram origem a partir de encontros casuais em corredores, cafeterias ou na rua.

Outra grande dúvida agora é o que vai acontecer com milhares de prédios comerciais, especialmente em áreas que reúnem vários deles. Como é o caso do Vale do Silício, o polo de tecnologia de ponta e inovação em que a concentração parecia incentivar a multiplicação de novas e bem-sucedidas ideias.

Nave vazia

É uma das regiões com maior PIB per capita do mundo e também com o maior custo de vida. Inaugurada há cinco anos, a sede da Apple, uma construção circular apelidada de nave espacial, tem espaço para acomodar mais de 12 mil funcionários no prédio central de 260 mil m². Mas o presidente da empresa disse não acreditar que voltará ao que era antes da pandemia.

A perspectiva de que os imóveis, inclusive os residenciais, cujos preços são elevados, da meca da inovação se tornem espaços vazios embute uma ironia: o trabalho remoto só se tornou possível com as inovações desenvolvidas pelas empresas lá instaladas.

E mesmo com suas equipes geograficamente dispersas, as ideias continuam florescendo. Startups como Gather e Hopin, estão desenvolvendo aplicativos de videoconferência nos quais após a apresentação as pessoas têm um intervalo para o café, uma sala virtual onde você pode interagir com as demais pessoas, como num evento presencial, ou marcar conversas com um grupo restrito que tenha os mesmos interesses.

Outra vantagem das conexões remotas apontada pelos críticos de polos de excelência, como o Vale do Silício, em que há certa homogeneidade de perfis, é ampliar a diversidade nas empresas.

A história nos mostra que polos de criatividade e genialidade não se tornam permanentes. Após a decadência, no século XVI, Florença não foi substituída por outra concentração artística similar. E a história seguiu com o desenvolvimento em outras áreas.

Website: http://www.ariehalpern.com.br/a-pandemia-decretara-o-fim-dos-polos-de-inovacao/

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