O aumento dos combustíveis nos últimos meses, influenciado pela variação de preço do petróleo ao redor do mundo, tem impactado não somente motoristas, mas também a população como um todo.

Na última semana de abril, o preço da gasolina marcou um novo recorde nos postos de combustíveis do Brasil, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O preço médio do litro ficou em média R$ 7,283 na última semana do mês. Este é o maior valor nominal desde que a agência passou a realizar o levantamento semanal de preços, em 2004.

“O aumento do combustível impacta em toda cadeia logística atingindo todos os setores da economia e consequentemente os consumidores finais, com o aumento da inflação”, afirma explica o especialista em logística Luís Felipe Campos, que possui experiência no setor internacional  principalmente no trade Europa-América Latina.

O efeito da alta dos combustíveis, principalmente da gasolina e do diesel, aumenta o custo do frete que acaba sendo repassado para o consumidor. Isso ajuda a explicar os aumentos dos preços de diversos itens, como alimentos e bebidas.

“Os aumentos constantes dos preços dos combustíveis afetam diretamente os custos logísticos, não somente no modal rodoviário, mas também nos modais aéreos e marítimos, tendo um impacto direto em toda a cadeia de transporte”, afirma o especialista.

A atual política de preços dos combustíveis no Brasil não contribui para a estabilidade do preço. Desde 2016 o preço brasileiro é equiparado ao internacional, o chamado petróleo Brent, medido em dólar. Com a variação cambial,  o preço interno também oscila. A Petrobras é quem define o preço a ser praticado pelas refinarias. Já o preço nas bombas, conta ainda com outros fatores como os impostos estadual e federais.

“Tanto na Alemanha quanto nos Estados Unidos foi necessária a intervenção estatal com o subsídio de parte do valor a ser repassado ao setor. No Brasil, houve esta tentativa, porém, a empresa de economia mista responsável pelo setor, se antecipou a qualquer ajuda estatal a fim de acalmar seus investidores”, conclui Luís Felipe Campos.