O Brasil vive um momento de transformação das empresas e das maneiras de se fazer negócio. As tendências de organizações mais voláteis e que atendam as dificuldades do mercado estão em alta, e com isso vêm sendo criadas diferentes startups que utilizam tecnologia para auxiliar os gargalos econômicos do país. Segundo o relatório 2021 Wrapped Brazilian Startups elaborado pela plataforma Sling, o volume aportado nesses modelos de negócios teve um aumento de 200%, fazendo com que essas startups empregassem mais de 100 mil pessoas ao longo do último ano.

Para 2022, apesar do cenário desafiador apresentado no primeiro trimestre, é esperado que o ecossistema de inovação cresça cerca de 50% de acordo com projeções do Distrito, plataforma de tecnologia aberta para empresas. Ao final do ano, espera-se que as startups tenham captado entre US$ 10,7 bilhões (R$ 52,91 bilhões) e US$ 12,9 bilhões (R$ 63,79 bilhões).

Neste contexto de crescimento, o paulistano Ricardo Lerner criou a startup Gasola em 2020. Com o objetivo de realizar negociações tanto para as transportadoras quanto para os postos de combustível, a startup nasceu como uma alternativa aos cartões de frota. Além disso, O Gasola conecta empresas que possuem frota a postos, permitindo uma relação comercial direta no pagamento e fornecendo gestão para os transportadores. O motorista cadastrado pela transportadora acessa o aplicativo e gera um token. O frentista verifica as informações e valida esse abastecimento. Uma conta corrente digital entre a transportadora e o posto é criada para que possa haver pagamento direto.

Segundo o CEO da startup, “entre 30% e 50% do custo de uma transportadora são diesel. Normalmente, a empresa abastece e usa um cartão de frota para pagar. Nessa transação, o posto perde cerca de metade da margem da venda. As altas taxas cobradas, somadas ao alto prazo de pagamento, limitam os postos a darem descontos para as transportadoras”.

O modelo de negócio teve um crescimento de 500% desde o início da pandemia até o final do ano passado, fechando 2021 com R$ 275 milhões transacionados. Desde então, a empresa vem aumentando sua abrangência, o que resultou em um novo crescimento no primeiro semestre de 2022.

“Nosso crescimento nesse primeiro semestre foi de 70%, e estamos transacionando hoje R$ 440 milhões/ano em combustível pela plataforma. O crescimento está em linha com as nossas expectativas, e estamos aumentando nossa atuação em serviços financeiros. No ritmo atual, devemos transacionar R$1 bilhão pela plataforma até final do ano”, afirma Ricardo.

A escalada dos combustíveis não para, e nessa sexta-feira, dia 17, a Petrobras anunciou um novo aumento nos preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras. O litro da gasolina passou de R$ 3,86 para R$ 4,06, aumento de 5,18%. Já para o diesel, a elevação foi de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro, alta de 14,26%.

Lerner analisa que o momento de crise dos combustíveis auxiliou para que a solução oferecida pelo Gasola estivesse em evidência, mas destaca que a gestão de combustíveis gerada pela plataforma é fundamental para os transportadores em qualquer momento. “O Gasola atua na gestão de combustível. Com os aumentos recentes do diesel e gasolina, esse custo se torna mais relevante para as transportadoras. Porém, possuir um sistema eficiente de gestão de abastecimento e não pagar mais caro nos combustíveis através dos cartões de frota são fatores fundamentais para o setor de transporte, independentemente do preço”.

Atualmente, o Gasola conta com mais de 700 postos ativos e com mais de 190 transportadoras como clientes.