O setor de construção civil deve ser um dos segmentos que irão crescer em 2022. É o que prevê a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Inicialmente, a projeção realizada em janeiro deste ano era de um crescimento de 2%, mas durante o evento Summit da Construção que aconteceu na primeira semana de julho em Santos/SP, a instituição divulgou que a alta deve ser acima do esperado, chegando a 3%. A nova previsão para 2022 deve ser oficializada no fim de julho.

Na avaliação da economista da CBIC Ieda Vasconcelos, o crescimento do setor seria ainda maior se não tivesse o impacto da alta nos custos dos insumos que chega a superar 50% em 20 meses. “O país não cresce sem passar pela construção civil. O crescimento do setor é o futuro da economia brasileira. Nossas expectativas são positivas neste aspecto. As obras de infraestrutura têm registrado resultados positivos”, disse a economista.

Mesmo com a alta da taxa básica de juros (Selic), a compra e venda de imóveis segue aquecida no país. Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), no primeiro trimestre de 2022 houve um aumento de 6,2% na comercialização de novos imóveis no país, quando comparado com o mesmo período do ano passado.

O estudo mostra ainda uma expansão de 35,6% nos lançamentos de imóveis de Médio e Alto Padrão (MAP), com a chegada de mais de 10 mil novas unidades no mercado. Para o engenheiro Paulo Chueire, diretor da franquia de construtora JMCHUEIRE, o setor continua aquecido.

“Em 2020 vivemos um período excelente na construção civil, em que muitas pessoas decidiram tirar o seu projeto do papel para construir ou reformar as suas casas, por isso o setor registrou a sua maior alta em 11 anos. Mesmo com o aumento dos preços dos materiais, os brasileiros continuam querendo construir e comprar imóveis, principalmente para obterem ganhos a longo prazo. Os empreendimentos são um atrativo para os compradores e investidores que veem o imóvel como um setor mais interessante do que as aplicações financeiras tradicionais”, explicou o engenheiro.

Uma recente Pesquisa de Intenção de Compra feita pela Brain, em parceria com a Abrainc, revelou que 34% dos entrevistados têm a intenção de comprar imóveis nos próximos 12 meses.