Começou na segunda-feira (18) a limpeza e a retirada de materiais queimados da parte interna do edifício incendiado na região da Rua 25 de Março, no centro de São Paulo (SP). De acordo com a prefeitura, ainda não é possível estimar um prazo para que a demolição do prédio seja finalizada, por conta das características da obra.

O prédio no edifício da Rua Barão de Duprat começou a pegar fogo no domingo (10), mas o incêndio só foi controlado na quinta-feira (14). No local, funcionam cerca de 4,2 mil lojas e circulavam, em média, entre 150 mil e 300 mil pessoas por dia, conforme publicado pela Agência Brasil.

Para o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP (Universidade de São Paulo), o edifício incendiado poderia ser alvo da Lei do Retrofit, consoante publicação do Jornal da USP. Sancionada no último ano, a lei 17.577/2021 aprovou a revitalização de prédios antigos e propôs a concessão de incentivos fiscais para estimular sua requalificação.

Na edição de Cotidiano na Metrópole, além da fiscalização, Bonduki defende a necessidade de um maior investimento na reabilitação de edifícios antigos que não foram concebidos para uso comercial.

Na visão de Victor Simões, sócio-diretor da Cobervickas Estruturas Metálicas – empresa que atua com fabricação, instalação e montagem de estruturas metálicas -, as estruturas metálicas podem ser utilizadas na renovação de prédios comerciais. “As estruturas metálicas possuem a vantagem de já virem moldadas de fábrica. Assim, para lugares de acessos difíceis, como o reforço de um prédio existente, ela [estrutura metálica] acaba sendo uma opção de execução mais fácil”. 

Para Victor, outro ponto interessante das estruturas metálicas é a sua alta resistência, o que permite a utilização de pilares e vigas menores do que as de concreto, ocupando menos espaço nas edificações que o concreto.

Segundo o especialista, há uma série de tendências no retrofit de prédios comerciais com estruturas metálicas. “Muitas empresas estão investindo em residências estudantis e studios. Elas [iniciativas privadas] compram construções antigas e fazem toda a parte de adequação interna e de fachada, de modo a otimizar os espaços e modernizar o prédio – o que chamamos de retrofit, técnica de revitalização de construções antigas”.

Inaugurado em 1922, o Hotel Glória, no Rio de Janeiro (RJ), encerrou as atividades em 2013, após a falência do grupo EBX. O hotel histórico, que foi o primeiro cinco estrelas do país, receberá o investimento de R$ 250 milhões de retrofit, que deve preservar e recuperar a fachada. A previsão é que as obras terminem daqui há quatro anos, em 2026, quando o edifício reabrirá as portas – desta vez como um residencial com 266 apartamentos de metragens e quatro lojas no térreo.

O sócio-diretor da Cobervickas Estruturas Metálicas destaca que em prédios existentes há lugares que necessitam de reforços estruturais e que não existe espaço ou possibilidade para confecção de fôrmas para concreto. “Além da estrutura metálica ser mais vantajosa em muitos casos, existem situações em que ela é o único sistema estrutural que se aplica, por já vir pronto de fábrica”, finaliza Simões.

Para mais informações, basta acessar: https://www.cobervickas.com.br/