Em abril de 2022, a produção de móveis aumentou 4% em relação ao mês anterior do mesmo ano, a partir do Portal eMóbie. O início do ano apresentou uma oscilação: crescimento em fevereiro, queda em março e retomada em abril. Apesar desse progresso pontual, ao fazer um paralelo da produção mensal do quarto mês do ano com o mesmo período de 2021, nota-se uma retração de 25%. A recessão do setor moveleiro segue a tendência do país, que teve uma contração de 3,4% na indústria geral.

No apanhado dos últimos 12 meses, a produção do setor de móveis retrocedeu 16,7%, o menor índice entre a produção nacional geral. Os números são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação à média do trimestre (fevereiro, março e abril), ocorreu aumento de 0,5% em comparação com janeiro, fevereiro e março, tanto na produção moveleira quanto na geral.

Dados da indústria geral

Ainda de acordo com a pesquisa, na comparação com março, a indústria nacional obteve variação positiva de 0,1% em abril com a série de ajuste sazonal. Esse é o terceiro número favorável consecutivo, expandindo 1,4% nesse período. Das 26 categorias pesquisadas, 16 apresentaram alta, destacando-se duas das quatro principais áreas econômicas.

No comparativo com abril de 2021, a retração foi de 0,5%, somando nove quedas mensais sucessivas, embora abril represente a menor delas. Ao observar os dados do ano, no mesmo intervalo de 2021, houve queda de 3,4% na indústria. A análise dos últimos doze meses caiu 0,3% em abril, o primeiro dado negativo desde março de 2021 (-3,1%), representando uma série de quedas desde agosto de 2021 (7,2%).

Ainda no comparativo entre abril e março de 2021, apresentaram taxas de crescimento as produções de bens de consumo semi e não duráveis (2,3%) e bens intermediários (0,8%). Já as de bens de capital (-9,2%) e de bens de consumo duráveis (-5,5%) diminuíram pela primeira vez depois de um momento de ascensão com 12,1% e 3,8% consecutivamente.

Para o gerente da pesquisa, a produção industrial tem reagido bem, considerando os últimos três meses positivos. Porém ainda não foi possível superar as perdas anteriores. Segundo ele, a melhora ocorreu devido ao fim das medidas sanitárias, mas ainda há desafios a superar, como: o aumento do custo de produção; a falta de matérias-primas; inibição dos investimentos devido aos juros altos; aumento da inflação; e a consequente redução no poder de consumo das famílias.

Índice de Confiança do Empresário sobe

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) subiu 1,3 ponto em junho de 2022, partindo de 56,5 para 57,8 pontos, colocando a confiança dos industriais no maior patamar desde outubro de 2021, segundo divulgação do Portal da Indústria. Calculado mensalmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice sinaliza o desempenho e as tendências da produção brasileira. Foram pesquisadas 1.573 indústrias de 1 a 7 de junho.

Outros itens que compõem a taxa também cresceram. O Índice de Condições Atuais, por exemplo, saltou 2,1 pontos, crescendo de 49,4 para 51,5 pontos. Ao superar o índice de corte de 50 pontos, o número representa uma retomada da percepção positiva do segmento em relação às condições atuais nos últimos seis meses. O Índice de Expectativas alcançou 61 pontos, com acréscimo de um ponto, demonstrando otimismo do segmento em relação aos próximos seis meses.

“Nesse novo ciclo de ‘pós pandemia,’ as pessoas irão valorizar mais a interação social, principalmente em eventos íntimos de família e pequenas comemorações. Com isso, o setor de móveis e decoração tem grande potencial de alta para os próximos meses”, afirma Rafael Freitas, cofundador da Charme do Detalhe, loja on-line de capa de cadeira.