De acordo com os dados mais recentes da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), desde fevereiro de 2022 a capacidade instalada de energia solar cresce 1 GW por mês no Brasil. Segundo o panorama divulgado pela entidade, a fonte ultrapassou a marca de 17 GW, o equivalente a 8,4% da matriz elétrica do país, ficando atrás somente das fontes hidrelétricas (53,9%) e eólica (10,8%).

No ranking estadual de geração de energia o estado de Minas Gerais se encontra em primeiro lugar, seguido por São Paulo e Rio Grande do Sul. Ao todo, desde 2012, o setor movimentou mais de R$ 87 bilhões em investimentos e gerou mais de R$ 492 mil novos empregos associados à área.

Para Daniel Sciovoletto, engenheiro eletricista e especialista em sistemas fotovoltaicos, o Brasil apresenta um grande potencial para aplicação de energias renováveis. “Nossos potenciais hídrico, eólico e fotovoltaico (solar) são enormes. A potência instalada desses recursos é muito maior do que os recursos não renováveis como termoelétricas e nucleares. É preciso entender que quanto mais energia limpa e renovável sendo gerada, melhor para todos”, complementa.

Ainda segundo o infográfico da Absolar, a maior parte da geração solar está espalhada pelos telhados das casas e pequenas empresas, no modelo de geração distribuída. De acordo com Eliane Dias, CEO da Construexpo, as modalidades de construção com inovações tecnológicas e soluções sustentáveis tendem a crescer nos próximos anos. “Estamos vivendo uma mudança comportamental em que o movimento da sustentabilidade na construção civil vem ganhando espaço. Os investimentos das construtoras e indústrias do setor para esta demanda tendem a aumentar, e por outro lado, temos o consumidor que busca por soluções sustentáveis e inovações em eficiência energética com preços competitivos”, afirma a CEO.

Nova Regulamentação para 2023

Entrará em vigor em 2023 a Lei Federal 14.300, que trata do marco legal da geração de energia distribuída de fontes renováveis, que inclui a energia solar fotovoltaica. Essa aprovação terá um impacto na cobrança do uso do sistema de distribuição (tarifa TUSD), chamado também de uso do fio e pelo sistema elétrico. “Quem pensa em investir em geração própria, seja fotovoltaica ou qualquer outra fonte renovável, recomendo que o faça agora. Dessa forma, garante-se, para os próximos 30 anos, o enquadramento na legislação vigente seguindo as resoluções REN48E e REN687, que preveem o abatimento da energia elétrica gerada, que será de 1 para 1 sobre a energia consumida da rede elétrica”, explica Sciovoletto.

Esse assunto é tema da palestra “Geração Distribuída e Mobilidade Elétrica”, ministrada por Daniel Sciovoletto na Construexpo, em Atibaia. O evento é voltado para o setor da construção civil e que terá como tema central de debate os desafios e as inovações das construções sustentáveis. A feira pretende reunir, segundo a organização, cerca de 80 expositores entre construtoras, imobiliárias, serviços para a construção civil e fornecedores. Quem deseja visitar a feira, que ocorre de 15 a 18 de setembro, pode se inscrever gratuitamente através do site oficial.