Uma das principais causas de cegueira entre os brasileiros, a catarata atinge 120 mil pessoas por ano no país. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), três em cada quatro casos de deficiência visual no país são causados pela doença e pela falta de acesso a óculos. Ainda de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a principal causa de cegueira reversível no mundo, afetando principalmente pessoas a partir dos 55 anos.

A catarata é um dos principais assuntos que debatidos no congresso promovido pela Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa com o apoio da Sociedade Brasileira de Administração em Oftalmologia (SBAO), evento internacional da área de oftalmologia, que ocorre entre 25 e 28 de maio em Salvador (BA). O evento consta na agenda internacional de congressos, contando sempre com palestrantes nacionais e congressistas internacionais.

A doença se manifesta pela perda progressiva da transparência do cristalino, uma lente que há dentro do olho. As coisas podem parecer desfocadas, nebulosas ou menos coloridas. A doença é uma parte comum do processo de envelhecimento do olho humano e se caracteriza pela perda gradual da visão.

Mas é possível resolver o problema através de cirurgia depois de uma avaliação do oftalmologista. No procedimento, o paciente recebe uma lente artificial, transparente, que devolve a nitidez da visão. “Na cirurgia de catarata, o cristalino é substituído por uma lente artificial transparente que fica pelo resto da vida no olho da pessoa. As lentes utilizadas foram desenvolvidas especificamente para isso, então são feitas com um formato adequado e de materiais apropriados para serem colocadas dentro do olho, sem causar nenhuma reação de rejeição”, explica a oftalmologista Bruna Ventura, do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE).

A lente que o paciente utilizará é escolhida de acordo com cada caso. “Antes da cirurgia, o paciente faz alguns exames no olho justamente para programarmos a cirurgia de forma muito personalizada e indicarmos a lente que vai dar a melhor visão para aquele paciente em questão”, completa a oftalmologista Bruna Ventura. A cirurgia é rápida e envolve alta tecnologia. Não dói e o paciente já sai do hospital enxergando pelo olho operado. A cirurgia é realizada com o paciente consciente, podendo ver luz e movimento, mas sem conseguir ver o que o médico está fazendo com o olho.

Após o procedimento, o paciente deve utilizar os colírios prescritos pelo oftalmologista, evitar água diretamente nos olhos, usar óculos de sol para proteção contra poeira e outros fatores externos, com o objetivo de evitar infecções ou inflamações. Esforços físicos também devem ser evitados, assim como se abaixar, recomendando-se repouso nas 12 primeiras horas após a cirurgia.

É possível diminuir os fatores de risco da catarata, caso o paciente tome alguns cuidados. “Seguindo medidas preventivas, podemos adiar naturalmente o problema ou ter perda de qualidade da visão apenas quando atingirmos a idade avançada”, afirma o oftalmologista Bernardo Cavalcanti, do HOPE. Ele ainda dá algumas dicas para prevenir a doença. “Diminua o consumo de álcool ou cigarro, mantenha a diabetes controlada, proteja seus olhos do sol e faça atividades físicas”, orienta Bernardo Cavalcanti.

Congresso Internacional

O Congresso da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa é o maior evento do tipo na América Latina. O congresso, que é promovido pela Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa (ABCCR – BRASCRS), reúne, simultaneamente, três eventos: o XIX Congresso Internacional de Catarata e Cirurgia Refrativa, o XIII Congresso Internacional de Administração em Oftalmologia e o III Curso de Auxiliares em Oftalmologia.

A oftalmologista Bruna Ventura, do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE), dará quatro palestras: “Como incorporar o astigmatismo posterior no planejamento da cirurgia de catarata para otimizar seus resultados”; “Como operar casos de catarata com subluxação do cristalino”; “Impacto do simulador cirúrgico no treinamento de residentes na cirurgia de catarata durante a pandemia de COVID 19” e “O que há de mais moderno em lentes intraoculares artificiais para a cirurgia de catarata”.

O oftalmologista pernambucano Bernardo Cavalcanti, que é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Administração em Oftalmologia (SBAO), terá uma participação de destaque no congresso. “A SBAO é uma sociedade que tem por intuito levar linhas e boas práticas de gestão a todos os serviços de oftalmologia. Esse congresso anual é internacional, com participação de palestrantes de todo o mundo. Sempre focando que o serviço, quer seja pequeno ou grande, possa se beneficiar de uma sociedade que transmita as informações com transparência, independente do foco do seu cliente”, afirma Cavalcanti.

O oftalmologista Bernardo Cavalcanti será discutidor, coordenador e palestrante do evento. Ele coordenará um dos módulos de Córnea e dará palestra na área de Catarata. Já no evento da SBAO, Cavalcanti coordena os módulos de Estratégia, Cadeia de Suprimentos de Oftalmologia e Cases de Sucesso na Gestão em Oftalmologia e será um dos palestrantes da SBAO. No fim do evento, ele assumirá a presidência da entidade. A cerimônia de posse ocorre no dia nesta sexta-feira, 27 de maio. 

O oftalmologista Ronald Cavalcanti,  do HOPE, estará presente no congresso da SBAO, entidade da qual já foi presidente. Ronald coordenará e dará palestra nos módulos de Qualidade e Segurança do Paciente em Oftalmologia e Fusões e Aquisições. Também do HOPE, o oftalmologista Marcelo Ventura, que já foi presidente da Sociedade Brasileira de Catarata, irá ao congresso como discutidor e comentador em uma sessão sobre casos desafiadores de cirurgia de catarata. A ouvidora do HOPE e do Hospital de Olhos Santa Luzia, Cristiane Hazin, também estará presente no evento.

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